VIVAS

quinta-feira, 24 de julho de 2014


Para alguns climatologistas, as emissões de gás carbônico (CO2) geradas pelo ser humano não controlam o clima do planeta

 




Argumentos contra a Teoria do aquecimento global

Segundo a teoria do aquecimento global, a intensificação da atividade industrial no século 20 (baseada na queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão) aumentou a concentração de CO2 na atmosfera. Esse gás é um dos causadores do efeito-estufa, processo natural que mantém a temperatura da superfície quente o suficiente para que haja vida. Portanto, quanto mais CO2 no ar, maior seria a temperatura média. Mas os céticos tentam provar que a Terra sempre passou por ciclos de aquecimento e resfriamento não causados pelo CO2 nem pela ação humana. Para o meteorologista Luiz Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), "o clima global é produto de vários fenômenos, incluindo alguns que ocorrem fora do planeta, como a radiação solar. A conservação ambiental, porém, é necessária para a sobrevivência da humanidade, esteja o planeta aquecendo ou esfriando."

CONTRA A MARÉ Para os céticos, o gás carbônico não seria o vilão das mudanças climáticas globais

*O CO2 não controla o clima global: O aquecimento seria causado pela radiação solar. O Sol tem períodos de atividade máxima e mínima se alternando a cada 50 anos (ciclo de Gleisberg). Essa variação de energia emitida é que aqueceria ou esfriaria o planeta Terra

*O aquecimento não é causado pelos humanos: Entre 1925 e 1946, quando o ser humano lançava menos de 10% do CO2 que emite atualmente, houve um aquecimento de 0,4 °C no planeta. Por outro lado, entre 1947 e 1976, época de aceleração da produção industrial após a 2ª Guerra Mundial, houve um resfriamento global de 0,2 °C. Na última década, a concentração de gás carbônico na atmosfera aumentou, mas a temperatura global se estabilizou. Portanto, a variabilidade climática seria natural e não causada pelo homem.

*O clima global já mudo várias vezes: Há 7 mil e 3 mil anos atrás e entre os anos 800 e 1200 d.C., o clima teria estado até 10 °C mais quente. Nessa época, os vikings colonizaram áreas do Canadá e da Groenlândia que hoje são cobertas de gelo - a concentração de CO2 , porém, era pelo menos 50% menor que a atual. Os céticos alegam que, se há mais CO2 na atmosfera hoje, é porque o volume desse gás sempre reage com 800 anos de atraso em relação às variações de temperatura. É o tempo que leva para o oceano esquentar ou esfriar, liberando ou retendo CO2.

*O gelo do planeta não está derretendo: A variação no volume de gelo flutuante do polo Norte seria causada por ciclos de aquecimento e resfriamento, que duram de 20 a 40 anos no oceano Atlântico Norte. Quando a água mais aquecida passa por baixo dos icebergs, derrete parte do gelo submerso. Com isso, a parte aérea - correspondente a 10% do volume do bloco - não derrete, mas desmorona. O gelo da superfície não derrete porque a temperatura do ar é inferior a -20 °C, mesmo no verão

*O nível do mar não está aumentando: O derretimento de icebergs não eleva o nível de mar, pois o gelo flutuante ocupa o mesmo volume depois de derretido. Dados de satélites mostram que o nível do mar subiu cerca de 5 cm entre 1992 e 2006 e está estabilizado desde então. E já houve oscilações muito maiores (de 12 a 50 cm, em certas regiões) por motivos que nada teriam a ver com o aquecimento global, como a influência da órbita da Lua nas marés e os fenômenos oceânicos conhecidos como El Niño e La Niña.

*Catástrofes naturais deviam diminuir: Fenômenos adversos ocorrem em qualquer condição climática. Secas extremas no Nordeste do Brasil, ondas de calor e furacões extremos nos EUA, por exemplo, foram registrados no fim da Pequena Era Glacial, período frio entre 1350 e 1915. Por outro lado, um cenário de aquecimento global, em tese, diminuiria a diferença de temperatura entre polos e o Equador. Assim, os choques entre massas de ar frio e quente seriam menos intensos, e haveria menos tempestades e furacões violentos.

*Houve fraudes nos relatórios sobre mudanças climáticas: Vários dados publicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) - (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Painel Intergovernamental sobre UO Mudanças Climáticas), órgão da ONU dedicado a pesquisar as causas e o impacto do aquecimento global, não têm comprovação científica. Projeções sobre branqueamento de corais, devastação da Floresta Amazônica e das geleiras do Himalaia, por exemplo, são especulativas. Além disso, o IPCC creditou como autores dos relatórios cientistas que não apoiam a tese do aquecimento global.

Oceanos, vegetação e solo emitem 30 vezes mais CO2 que os humanos
No polo Sul, há acúmulo de 300 trilhões de litros de gelo por ano - 4% do volume que o rio Amazonas descarrega anualmente no Atlântico
Uma marcação feita pelo capitão James Clark na Tasmânia, em 1841, mostra que o nível do mar segue o mesmo
Oceanos liberam ou retêm CO2 como os refris: se o líquido aquece, as bolhas escapam; se esfria, o gás fica mais tempo dissolvido no líquido.
Fonte: Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)


 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

CASA FEITA DE GARRAFA PET

 
“Não sou engenheiro nem arquiteto, mas criei uma casa de garrafa pet que custa apenas R$ 8 mil. Como? Troquei os tijolos de cerâmica pelas garrafas descartáveis e assim reduzi o custo da construção. Se tivesse feito tudo da maneira tradicional, teria gasto o dobro!

Trabalho como eletricista numa empresa e não tive condições de fazer faculdade. Mas isso nunca me impediu de ser uma pessoa criativa e preocupada com o meio ambiente. Um dia, quando estava voltando para casa, notei um bocado de garrafas de refrigerante na beira do rio que corta minha cidade, Espírito Santo, no interior do Rio Grande do Norte. Fiquei encucado: que fim dar a esse lixo todo?

Foi aí que comecei a pensar em trocar os tijolos usados na construção das paredes por garrafas pet. Desse jeito, poderia resolver dois problemas de uma vez. Primeiro, ajudaria muitas famílias de baixa renda a sair do aluguel e a comprar seu próprio imóvel. Depois, contribuiria para reciclar um material que polui terrenos, rios e oceanos.

PEDI AJUDA PARA PESQUISADORES Levei mais de um ano fazendo experiências até chegar ao projeto ideal. O pessoal dizia que as paredes ficariam muito leves e iriam voar. Mas eu não desisti e pedi o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os testes feitos no laboratório da universidade mostraram que a parede de pet era até mais forte que a de tijolos. Fiquei surpreso. E não era só isso: as garrafas isolavam muito bem os ambientes do calor e dos sons que vinham de fora. Quer dizer, além de ser barata, a casa de pet fica mais silenciosa e fresquinha!

Depois dos testes, fiz as contas e descobri quantas garrafas seriam necessárias para uma casa de 46 metros quadrados com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e varanda. Comprei 2.700 garrafas pet dos catadores e comecei a construção.

Foi um mês de trabalho duro até que a primeira casa ficasse pronta, em dezembro de 2009. Agora, consigo construir a mesma casa em apenas cinco dias, se as paredes já estiverem prontas (veja o passo a passo).

QUERO PRODUZIR A CASA EM LARGA ESCALA
O próximo passo é beneficiar mais pessoas com a minha ideia. Estou em contato com construtoras e com a Secretaria de Habitação do Rio Grande Norte para produzir minha invenção em larga escala.

MUITA GARRAFA SEM RECICLAGEM
Descobri que no Brasil fabricamos mais ou menos 9 bilhões de unidades de pet por ano. Mas, infelizmente, só conseguimos reciclar 50% dessas garrafas. Imagine quantas casas poderiam ser construídas apenas com as garrafas de refrigerante que jogamos fora!

PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO
1. As paredes são moldadas dentro de fôrmas feitas com madeira e chapas de aço. Coloco as garrafas entre a massa de cimento e areia, como se fossem o recheio de um sanduíche. Dentro da fôrma preparo também as partes hidráulica e elétrica da casa.
2. Hora de fazer o contrapiso de cimento, onde todo o encanamento fica embutido.
3. Depois, as paredes (que não precisam de reboco) são montadas em cima do contrapiso. Elas são "coladas" no chão com a ajuda de 10 cm de concreto.
4. Começa a fase de acabamento, quando se faz a instalação de tomadas e interruptores e colocam-se as portas e as janelas da casa.
5. A estrutura toda deve ser coberta com telha colonial. Depois de pintar tudo, a casa está pronta para morar”
Antonio Duarte, 34 anos, eletricista, Espírito Santo, RN
DA REDAÇÃO: PLÁSTICO EM CASAS DE TODO O PAÍS
Além do Antonio Duarte, alguns centros de estudos do Brasil já perceberam o potencial das garrafas pet na construção de moradias. Em Fortaleza, alunos e professores do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Ceará foram mais longe. Não apenas as paredes de uma casa foram feitas com garrafas pet: todos os móveis e peças de decoração foram fabricados com o plástico reciclado.

No Sul, a equipe do Laboratório de Sistemas Construtivos desenvolveu um processo de construção muito similar ao de Duarte, com a estrutura pré-moldada em fôrmas de aço. Eles prometem terminar uma casa de 40 metros quadrados em 48 horas com uma equipe de apenas quatro pessoas. Quem sabe, em breve, o tijolo de cerâmica não será coisa do passado?

Fonte: Planeta Sustentável

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

5/12 - Dia do Voluntariado e 8 Formas de Mudar o Mundo!

            Em 5/12 comemora-se o Dia do Voluntariado.

Nós do VIVAS entendemos o poder de pequenas atitudes e como um pequeno gesto, se feito com amor, pode mudar o mundo.

Portanto trouxemos uma lista de 8 formas de mudar o mundo, estabelecidas pela ONU em conjunto com 191 países no ano 2000 para o desenvolvimento do milênio.

O primeiro objetivo visa reduzir pela metade o número de pessoas que ganham menos de um dólar por dia e que passam fome. Pobreza extrema afeta cerca de um bilhão de seres humanos, e a fome, 815 milhões. O segundo objetivo é permitir que todas as crianças, meninos e meninas igualmente, terminem o ensino primário. A ONU calcula que há 115 milhões de crianças sem escolaridade nos países em desenvolvimento.

O terceiro é permitir que as meninas frequentem todos os níveis de escolarização, em número igual ao dos meninos. A igualdade entre sexos é um princípio assumido cada vez mais pelos países, apesar das importantes barreiras legais, econômicas, culturais e sociais com que a mulher ainda se defronta. O alvo do quarto objetivo é reduzir em dois terços o número de mortes de crianças com menos de cinco anos. A ONU calcula que 11 milhões de pessoas – 30 mil por dia – morrem antes de chegar a essa idade.

Um dos alvos do quinto objetivo é reduzir em três quartos o número de mulheres que morrem durante o parto. A cada ano, mais de 50 milhões de mulheres dão à luz sem ajuda. O parto tem sido a causa de morte de centenas de mulheres. As causas mais comuns das mortes são: 25% hemorragia (sangramento excessivo), 15% infecção, 13% abortos arriscados, 12% eclâmpsia (uma doença perigosa no final da gravidez, com pressão alta e convulsões) e 8% parto obstruído.

O sexto objetivo é interromper e começar a diminuir a propagação do vírus da imunideficiência humana (HIV, na sigla em inglês) e a incidência de malária e outras doenças graves até 2015. Garantir a sustentabilidade, ou seja, promover o desenvolvimento com o uso racional dos recursos naturais, assegurando a qualidade de vida da população e a sobrevivência das gerações futuras, é o grande alvo do sétimo objetivo de desenvolvimento do milênio. O Brasil possui 30% das florestas tropicais e 12% da cobertura florestal restante no mundo, 13,7% do total de água doce superficial do planeta e a maior biodiversidade da Terra. Assim, conseguir o desenvolvimento sustentável com a consequente redução das desigualdades sociais é uma questão de sobrevivência para o país e para toda a humanidade.

O último objetivo, o oitavo, está voltado para os governos do Norte e consistem em grandes aumentos na assistência de desenvolvimento, no alívio da dívida em países pobres em recursos e na criação de um sistema de comércio internacional justo. Quase 90% da dívida do terceiro mundo continua. Os países do Sul continuam a pagar $200 milhões de dólares por dia com o serviço da dívida. A maioria dos países ricos está longe de cumprir a sua promessa de assistência de 0,7 por cento da receita nacional. Se os países ricos honrassem a sua promessa, os $120 bilhões de dólares gerados por ano seriam suficientes para reduzir a pobreza pela metade. O sistema de comércio internacional continua a favorecer os países ricos e as empresas poderosas. As regras do comércio injusto roubam dos países pobres £1,3 bilhões de libras esterlinas a cada ano – 14 vezes o que eles recebem em assistência.

Se cada um tivermos a consciência e objetivos focados na mesma conquista, somos capazes SIM de mudar o mundo!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

inConsciente Coletivo: Coleta Seletiva atinge apenas 18% dos municípios brasileiros.


Dois anos depois da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, a coleta seletiva, prevista na lei, estava presente apenas em 18% dos municípios brasileiros. E, nas cidades onde ela já estava implementada, a quantidade de material recuperado nesses programas ainda era pequena quando comparado com o total coletado. Os dados constam no levantamento Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico dos Resíduos Urbanos, Agrosilvopastoris e a Questão dos Catadores, divulgado nesta quarta-feira, 25 de abril, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A boa notícia é que a coleta seletiva aumentou 120% nas 994 cidades que mantinham esse programa entre 2000 e 2008. Apesar do incremento das ações, o estudo mostra que, no caso dos metais, por exemplo, das 9,8 milhões de toneladas de resíduos reciclados em um ano, apenas 0,7% foi recuperado pela coleta seletiva. Na reciclagem de 3,8 milhões toneladas de papel e papelão, a coleta seletiva respondeu por 7,5% e, no caso do plástico (962 mil toneladas/ano) e vidro (489 mil toneladas/ano), a recuperação dos materiais a partir da coleta seletiva foi pouco maior que 10%.
De acordo com o Ipea, os números indicam que “a reciclagem no país ainda é mantida pela reciclagem pré-consumo e pela coleta pós-consumo informal”.
Em relação à coleta regular total, o levantamento mostra que a cobertura no país vem crescendo e alcançou, em 2009, 90% dos domicílios do país. A distribuição, entretanto, revela uma desigualdade entre a área urbana, onde a coleta supera o índice de 98%, e as áreas rurais, onde a cobertura ainda não atinge 33%.
“A geração de resíduos sólidos urbanos tende a aumentar não apenas com o aumento da população, mas também com o aumento da renda, principalmente quando estratos da população que tinham acesso muito restrito a produtos industrializados e embalados ganham poder de compra”, alerta o documento.

Lixões ainda preocupam

De acordo com o estudo do Ipea, mais de 74 mil toneladas de resíduos sólidos ainda são encaminhadas, diariamente, para os lixões do país ou para aterros controlados – antigos lixões que passaram por melhorias para virarem aterros. Apesar de o volume ainda ser significativo, o levantamento aponta uma redução de 18%, em oito anos, nesse tipo de destinação de resíduos.
Os municípios brasileiros devem eliminar os lixões até 2014, segundo estabelece a PNRS. A menos de dois anos do prazo final, o relatório aponta a existência de 2,9 mil áreas como essas distribuídas em quase 3 mil municípios. “Os consórcios públicos para a gestão dos resíduos sólidos podem ser uma forma de equacionar o problema dos municípios que ainda têm lixões como forma de disposição final”, sugerem os pesquisadores do Ipea.
O levantamento mostra ainda que a quantidade de resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários aumentou 120%, entre 2000 e 2008. “Os municípios de pequeno e médio porte apresentaram acréscimos significativos na quantidade total de resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários”, acrescenta. Para o instituto, esse incremento pode ser resultado do recebimento de resíduos produzidos, coletados ou gerados nos municípios de grande porte.
O Ipea ainda alerta para o problema do resíduo orgânico, que não é coletado separadamente no país. “Essa forma de destinação gera despesas que poderiam ser evitadas caso a matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento específico, por exemplo, para compostagem”, sugere.
Segundo o levantamento, do total estimado de resíduos orgânicos que são coletados (94 mil toneladas por dia), apenas 1,6% é encaminhado para tratamento em usinas de compostagem, que controlam a decomposição desses materiais para obter um material final rico em nutrientes que pode ser usado como adubo, por exemplo.
“No geral, pode se afirmar que as maiores deficiências na gestão dos resíduos sólidos encontram-se nos municípios de pequeno porte, com até 100 mil habitantes, e naqueles localizados na região Nordeste”, avalia o relatório.



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Índice de Saúde do Oceano brasileiro ganha nota 66 de 100.



Os resultados da edição 2013 do Índice de Saúde do Oceano (OHI) foram divulgados e o Brasil foi aprovado, mas sem muito louvor. Em uma escala de 0 a 100, o país ganhou nota 66 na metodologia que avalia se as nações utilizam os recursos e benefícios do oceano de maneira sustentável , conquistando o 87º lugar, em um ranking de 220 posições.
Para chegar a este resultado, o Índice - aplicado colaborativamente por cientistas, universidades, organizações sem fins lucrativos e agências governamentais de diferentes partes do mundo  avaliou mais de 200 Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE), em 10 quesitos:
- águas limpas;
- armazenamento de carbono;
- biodiversidade;
- economia e subsistência costeira;
- identidade local;
- oportunidades de pesca artesanal;
- produtos naturais;
- proteção costeira;
- provisão de armazenamento e
- turismo e recreação.

O Brasil foi melhor avaliado nas categorias "oportunidades de pesca artesanal", com 99 pontos, e "armazenamento de carbono", com 92. O pior quesito foi "produtos naturais": tiramos nota 15 quanto à capacidade de exportar produtos provenientes do oceano, como peixes ornamentais, óleo de peixe, algas, conchas e esponjas.

A SAÚDE DO OCEANO NO RESTO DO MUNDO
As ilhas Heard e Mcdonald, região deserta do Oceano Antártico que faz parte da Austrália, foram as mais bem pontuadas no ranking, com 94 pontos, seguidas pela Ilha Saba, que fica no Caribe e integra a Holanda (90 pontos). Na outra ponta do ranking, Guiné Bissau teve o pior desempenho (41 pontos), seguido por República Democrática do Congo e Libéria, ambas com nota 42 na avaliação.
A média global do Índice de Saúde do Oceano foi 65, ou seja, o Brasil está, apenas, um ponto acima da média global. "Para um país com as dimensões oceânicas e o potencial que tem o Brasil, a nota posicionada em torno da média indica que existe muito espaço para um gerenciamento mais eficaz dos oceanos, visando a sustentabilidade dos recursos e garantindo o bem-estar dos seres humanos", conclui André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional (CI-Brasil), uma das organizações que participa do OHI.

Confira o ranking completo AQUI.

domingo, 22 de setembro de 2013

Mackinac Island (EUA) - A cidade sem carros.


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No estilo de vida atual, ainda é difícil pra muita gente imaginar a vida sem carro, mas existe uma cidadezinha nos Estados Unidos onde nenhum veículo automotivo é permitido há 115 anos.
Quando os primeiros automóveis surgiram na região, os moradores da pacata cidade do estado de Michigan, Mackinac Island, decidiram que seria uma ótima ideia eliminar o barulho e a fumaça emitida pelos veículos. E transformaram essa ideia em lei, assinada em 6 de janeiro de 1898, que sentenciava: “O trânsito de carruagens sem cavalos está proibido nos limites da Vila de Mackinac”. Com o tempo, claro que foi necessário atualizar a resolução inicial, permitindo que as bicicletas circulassem pela cidade. E elas não só passaram a movimentar a cidade, como se tornaram o principal meio de transporte da população.
Hoje, Mackinac Island é habitada por apenas 500 pessoas, mas em alta temporada chega a abrigar até 15 mil – todas em busca de refúgio e calmaria. Uma das principais atrações turísticas é a rodovia, de quase 14 quilômetros, por onde circulam bike ou carruagem. Não há estacionamentos ou postos de gasolinas e, durante boa parte do trajeto é possível deliciar-se com a vista do litoral.
Mas isso tudo não quer dizer que os habitantes de Mackinac Island não precisam de carro em momento algum. Por motivos de segurança e para atender emergências, há poucos carros na cidade – todos da prefeitura – e não é comum vê-los circulando.
O jornalista Jeff Potter visitou a cidade e escreveu uma reportagem no periódico Bicycle Times*, na qual afirma que o ar dessa linda cidadezinha americana é mais limpo e que as doenças são menos incidentes por causa dos exercícios praticados cotidianamente por seus habitantes. Além disso, “trata-se de uma sociedade igualitária, já que todos têm o mesmo meio de transporte”.
O mais interessante dessa história é que o estado de Michigan – ao qual pertence esta cidade por onde ainda circulam carruagens – tem a indústria automobilística como uma das principais fontes da economia.
Nós também temos uma “Mackinac Island” no Brasil! A cidade de Afuá, no Pará, proibiu o trânsito de carros ou motos, como mostrou a revista National Geographic Brasil em sua edição de maio.  Nela, o repórter André Julião contou: “Afuá provavelmente é o único município brasileiro onde carros e motos são proibidos em toda sua extensão. Isso a tornaria a única cidade livre de emissões de gases de carbono, não fosse a energia elétrica gerada da queima de óleo diesel. Não é difícil crer que, à exceção dos bebês, cada um de seus 35 mil habitantes tenha uma bike”.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

1° Relatório de Mudanças Climáticas prevê transformação da Amazônia em Savana.




O primeiro relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, feito por mais de 300 pesquisadores e divulgado nesta segunda, pinta um cenário nada animador para o clima no Brasil até o final do século. Em uníssono, eles alertam que todos os biomas do país estão vulneráveis às mudanças climáticas.
Segundo a projeção mais crítica, a Amazônia poderá sofrer redução nas chuvas de 40% a 45% e aumento de 5º a 6º C na temperatura entre 2070 e 2100. Se nada for feito, a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupando quase metade do território nacional – poderá virar savana.
Além das perdas ambientais, a previsão soa como alerta para o planejamento energético: por seu potencial, a Amazônia constitui, hoje, a nova fronteira hidrelétrica nacional.
Existem mais de 100 projetos de aproveitamento de usinas na região, entre grandes hidrelétricas e pequenas centrais (PCH), de acordo com o Relatório de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas Hidrelétricas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A vulnerabilidade das usinas ao humor do clima é um ingrediente que promete apimentar ainda mais a polêmica que envolve a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, a exemplo do debate em torno de Belo Monte, e seus impactos socioambientais, incluindo a questão indígena.
Não é preciso ir longe. Atualmente, a falta de chuvas tem levado os reservatórios a níveis preocupantes, principalmente no Nordeste, que obrigam o acionamento das usinas termelétricas, grandes emissoras dos gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global.
A ameaça decorrente das mudanças climáticas soma-se, ainda, àquelas provenientes de um vilão antigo – o desmatamento, que já consumiu 18% da cobertura original da floresta nas últimas décadas.
A conservação das florestas tem papel fundamental na geração de energia em usinas hidrelétricas, conforme mostra um estudo publicado recentemente na revista científica Pnad.
Um desmatamento de 40% na bacia do Xingu poderia fazer a produção de energia de Belo Monte cair a 25% do máximo da capacidade em 2050. Juntos, o desmatamento e as usinas térmicas podem potencializar ainda mais os efeitos das mudanças climáticas.

O QUE PODE SER FEITO
Nada disso, contudo, espanta os cientistas. A constatação que causa surpresa é a do quão pouco se sabe sobre a capacidade de cada bioma se adaptar aos novos cenários e o que pode se feito em termos de mitigação e adaptação.
“É onde abrimos os intestinos da ciência brasileira. Falta uma estrutura maior de investimento que nos ajude a encontrar maneiras para evitar o pior”, diz Eduardo Assad, pesquisador do Painel e uma das maiores referências em clima no Brasil.
“Ainda há uma incerteza muito grande. Por isso, precisamos fazer diferente, por precaução. Temos 8 mil km de costa no país e nenhum sistema de geração de energia a partir das ondas do mar”, diz o cientista, que critica o foco na construção de novas usinas hidrelétricas.
“Grande parte do setor de geração de energia elétrica trabalha com demanda. Eles esquecem de pergunta se vai ter água eternamente”, pondera.
Além da geração de energia a partir de ondas do mar, Assad destaca o potencial da energia solar, especialmente dos sistemas de aquecimento de água. “Hoje, 17% da energia elétrica fornecida no Brasil é pra aquecimento do chuveiro”, afirma.

“Isso é uma Itaipu”. Para o especialista, com mais estímulos à fonte termo solar, que é uma tecnologia disponível no mercado, seria possível diversificar a matriz energética e diminuir a dependência de hidrelétricas.