VIVAS

terça-feira, 12 de março de 2013

O caso Shell/Basf.



   As multinacionais Shell e Basf aceitaram a proposta de acordo com ex-funcionários da fábrica de pesticidas que funcionou em Paulínia (126 km de São Paulo) e causou contaminação ambiental. Nesta segunda-feira (11), vencia o prazo para as empresas se manifestarem sobre o acordo que, se não for fechado, levará o caso a julgamento pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho).
   Os trabalhadores já tinham aprovado a proposta em assembleia na sexta-feira (8). A ação deve resultar em indenização coletiva de R$ 200 milhões e individuais que somam R$ 170 milhões. Além disso, mais de mil ex-funcionários das empresas terão direito a tratamento médico vitalício.
    A partir de agora, as partes terão dez dias para elaborar o texto final do acordo, que será apresentado ao TST.
Em nota, a Shell afirmou que alguns pontos ainda precisarão ser discutidos, como a indicação de um gestor para gerenciar a liberação de pagamentos e reembolsos para despesas de saúde e para verificar as prestações de contas.
   Paralelamente a esta ação, mais de 200 ex-moradores que viviam na região da fábrica em Paulínia também buscam indenizações por danos morais e materiais e apoio a atendimento médico.

CONTAMINAÇÃO
   Instalada pela Shell em 1977 no bairro Recanto dos Pássaros, a fábrica foi depois comprada pela Basf e produziu inseticidas e pesticidas até 2002, quando foi desativada por constatação de contaminação ao solo e lençol freático.
   Análises demonstraram a presença de metais pesados e substâncias organocloradas (cancerígenas) na região, inclusive na água de poços artesianos que os moradores usavam para beber e se alimentar.
   O Sindicato dos Químicos e a Atesq (Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas) apontam que, entre 2002 e 2012, morreram 61 ex-trabalhadores --todos com doenças compatíveis às consequências por exposição a agrotóxicos.
  As empresas afirmam que não há evidências de que as doenças foram causadas pelo contato com as substâncias.
   Em nota, a Basf informou que "continua disponível para negociar a solução do caso" e que seguirá cumprindo com as determinações da justiça.
   Já a Shell informou que está analisando "cuidadosamente" o conteúdo da proposta de acordo e se manifestará na segunda-feira. A empresa considera a iniciativa do TST em estimular o acordo como "uma boa oportunidade para o término da disputa judicial".


Postado por: Adriane Kovatzh.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Os rastros da folia.


   Que o carnaval deixa atrás de si um rastro de sujeira qualquer um pode constatar nas ruas e avenidas pelas quais os blocos passam. O que poucos enxergam é o impacto da folia no mar. Em Salvador, Bahia, um grupo de surfistas resolveu tirar – literalmente - isso a limpo, após terem cruzado com latinhas e garrafas plásticas durante seus mergulhos. Dez dias depois da Quarta-feira de Cinzas e guiados por uma denúncia, os surfistas chegaram a uma área vizinha ao Farol da Barra, ponto importante do itinerário carnavalesco baiano, em que cerca de 1.100 estavam agrupadas,  devido ao movimento da maré.  


   Antes de retirar o material do local, eles tentaram chamar atenção do poder público e da imprensa local, mas o máximo que conseguiram foi a promessa do vice-prefeito de que o assunto seria colocado em pauta no carnaval que vem. “Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados, como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade. Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso”, desabafou o surfista Bernardo Mussi em sua página na internet.

   Contando apenas com os próprios pulmões e duas pranchas de surf , o grupo de quatro mergulhadores retirou o que pode do fundo do mar. Mas, a contar do dia da primeira visualização até a constatação de que eles teriam que resolver o problema sozinhos, três dias depois, muitas latinhas já tinham se perdido e, das 1.100, eles retiraram cerca de 500. Segundo Mussi, o ocorrido serviu de alerta para os próximos carnavais. “Já ficamos atentos para o que o ano que vem pode acontecer. Pretendemos fazer o monitoramento do lixo, saber o caminho que faz nas águas, para tentar contornar o problema”, disse Mussi.

Fonte: O Eco.

Postagem feita por Adriane Kovatzh.



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ONU estabelece grupo para criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.




  A Assembleia Geral da ONU estabeleceu na terça-feira (22) um grupo de trabalho para criar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma série de metas para reduzir a pobreza, promover a prosperidade global e o avanço social e proteger o meio ambiente. A criação deste grupo é um resultado direto do compromisso assumido pelos governos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que aconteceu em junho de 2012, no Rio de Janeiro.
  Durante a Rio+20, os governos concordaram em estabelecer um conjunto de metas para ajudar na implementação do desenvolvimento sustentável, e como base, serão usadas as metas de combate à pobreza, conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM),  cujo prazo de implementação acaba em 2015. Os ODS deverão orientar os países na obtenção de resultados específicos dentro de um período de tempo específico, como, por exemplo, no acesso universal a energia sustentável e água limpa para todos. O documento final da Conferência, intitulado “O Futuro que Queremos”, também estabelece que os ODS sejam integrados à agenda de desenvolvimento das Nações Unidas pós-2015.
   O grupo de trabalho de 30 membros é composto por países de todas as regiões do mundo, e vai preparar um relatório sobre os ODS para a Assembleia possa discuti-lo em sua 68ª sessão, que começa em setembro.
Postado por: Adriane Kovatzh.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Verão: filtro solar e sacolinha de lixo.


   Chega o verão e com ele as campanhas para uso do filtro solar com seus índices assustadores de câncer de pele. Ok, essas campanhas são de extrema importância e este hábito deve SIM ser incorporado ao nosso dia-a-dia não somente no verão, mas durante todo o ano, mas vamos adicionar mais um item nas bolsas de praia?

SACOLINHA DE LIXO

   É apavorante quando saímos para dar aquela gostosa caminhada pela praia ao fim do dia e vemos aquela monstruosidade de lixo pela areia, sabendo que com a maré, logo mais, tudo estará no mar, contribuindo ainda mais para a poluição e sofrimento da tantos animais marinhos.
   E não vale levar a sacolinha e deixá-la na praia viu? Porque por mais absurdo que pareça, tem quem o faça!
   Já passou da hora da humanidade se conscientizar da realidade e mudar seus hábitos. Mesmo simples atitudes, podem fazer toda a diferença quando pode-se contar com todos. Não é mais assunto passado ou para ser tratado apenas dentro da sala de aula ou em fóruns de conscientização, é um assunto absolutamente PRESENTE e que deve ser praticado DIARIAMENTE.
    E para alertar ainda mais, segue abaixo um "breve resumo" do mal que o lixo pode causar não somente para a vida marinha, mas para nós, filhos, netos e em alguns casos até bisnetos. Pense nisso!



Fonte da Imagem: Ambiental Castelli

Autora: Adriane Kovatzh.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A biologia da construção.



Mais do que bonita, mais do que sustentável, uma casa pode ser saudável. É o que defende um time de profissionais que se reuniu recentemente em São Paulo durante o III Congresso Internacional de Geobiologia e Biologia da Construção. Em foco, como o nome já diz, está a geobiologia, área que estuda o impacto do espaço sobre a qualidade de vida. Como se fosse uma medicina do hábitat, pronta para diagnosticar e curar algumas patologias da construção, esse conceito faz a ponte entre a saúde e o local habitado. "De aspectos técnicos, como a distribuição da planta, a escolha dos materiais e os princípios da boa arquitetura, a fatores menos convencionais, como a poluição eletromagnética e a existência de fendas ou veios d¿água subterrâneos, tudo afeta o morador", explica o geobiólogo Allan Lopes, coordenador do evento. Com base nisso, se você tem dificuldade para pegar no sono, vive estressado e ou não consegue se concentrar no escritório, é bom prestar atenção no teto que o abriga. Às vezes, o mal-estar vem de um projeto doente. 


EFEITOS NA SAÚDE 


A explicação não é tão misteriosa assim. Em 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o termo Síndrome do Edifício Enfermo para prédios em que cerca de 20% dos ocupantes apresentam sintomas como fadiga, dor de cabeça, tosse seca, coriza e ardor nos olhos - sinais que desaparecem quando as pessoas se afastam do local e dos poluentes químicos, físicos e microbiológicos resultantes da má conservação dos filtros do ar-condicionado, do acúmulo de substâncias tóxicas e dos ácaros dali. 

Na concepção da geobiologia, essa definição só é um pouco mais abrangente e analisa também as energias sutis do terreno antes de dar um veredito sobre quão saudável é uma casa ou edifício erguido sobre ele. "Há estudos científicos provando que torres de transmissão celular provocam alterações fisiológicas. Outras pesquisas, mais empíricas, indicam que as fissuras e os veios d'água subterrâneos causam perturbações que levam ao estresse. Dependendo da intensidade, a saúde pode ficar bastante comprometida", diz Allan. 


O arquiteto e urbanista recifense Ormy Hütner Júnior que o diga. Especialista em construções sustentáveis e na detecção de patologias de obras civis - como problemas de impermeabilização -, ele resolveu investigar mais a fundo os efeitos das tais energias do terreno sobre a saúde. "Na faculdade, assisti a uma palestra do Mariano Bueno, espanhol especialista em geobiologia, e desde então tenho procurado usar esses conceitos no meu trabalho", conta. 


As construções sustentáveis buscam empregar matérias-primas ecológicas, sem substâncias nocivas (seja na tinta, no carpete ou na cola usada). A bioconstrução incorpora isso e agrega um diagnóstico sobre as eventuais radiações eletromagnéticas que podem ser emitidas. 


"Toda radiação afeta o metabolismo humano. É como se nossas células entrassem em ressonância com essa alteração iônica. Isso cria um estímulo desgastante e, com o tempo, debilita o sistema imunológico", explica Hütner. "O radônio, por exemplo, resultado da decomposição de átomos radioativos, sobe pelas fissuras geológicas até chegar à superfície da terra, e há estudos que o associam ao câncer de pulmão", acrescenta.