VIVAS

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E o desperdício do lixo continua: apenas 14% das cidades brasileiras possuem coleta seletiva.


Passados dois anos da aprovação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que prevê o fechamento de todos os lixões e a implantação da coleta seletiva em todo o território nacional até 2014, apenas 14% dos 5.565 municípios brasileiros adotaram a coleta seletiva. No caso do estado do Rio de Janeiro, de 92 municípios apenas 25 Prefeituras já usam o modelo de coleta. Os dados são da Pesquisa Ciclosoft 2012, divulgada esta semana pela associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre).


Não bastasse o cenário alarmante do país, há cidades que, apesar de se declararem adeptas da coleta seletiva, cumprem a medida apenas em alguns bairros. Isto acontece na cidade do Rio. Dos seus 160 bairros, apenas 41 são atendidos pelo programa de coleta seletiva da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), o que equivale a 25% do total.

De acordo com o estudo, só seis prefeituras no país conseguiram desenvolver um programa de coleta capaz de contemplar todo o território de seus municípios e não apenas alguns bairros. É o caso de Curitiba, Londrina, Porto Alegre, Santo André, São José dos Campos e Goiânia. A dificuldade, no entanto, está longe de ser falta de recursos.

Para um dos realizadores da pesquisa, o diretor-executivo da Cempre, André Vilhena, a grande vilã contra a adesão das cidades ao método mais sustentável de recolhimento de lixo não é o custo da operação (que chega a ser 4,5 vezes maior que a da coleta tradicional), mas a ausência de políticas públicas. Principalmente nas grandes cidades do país.

“Dinheiro não falta. As prefeituras das grandes cidades há recursos suficientes para a implementação da coleta seletiva. O que eu verifico é a falta de projetos neste sentido. Há um grande desinteresse”, critica o especialista.

Das 780 cidades que contam com coleta seletiva, em 65% delas a iniciativa é das cooperativas de catadores de lixo e não das Prefeituras. Isto é, os catadores são, na maioria das cidades, os verdadeiros executores da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

Fonte: Jornal do Brasil.


           

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Uma alternativa sustentável: mandioca que vira copinhos.


Os produtos de plástico são utilíssimos, a vida sem eles é impossível e os danos que causam ao meio ambiente são imensos. Até aí, nenhuma novidade. Segundo as estatísticas mais recentes, 150 milhões de toneladas desses produtos são fabricadas no mundo por ano e 95% delas vão parar em lixões, sem tratamento algum, ficando sujeitas a um processo de decomposição interminável. Uma solução pode estar na busca de um produto alternativo semelhante em tudo ao plástico, mas menos poluente. Estudos nessa direção estão avançando, e resultados já são vistos na produção de objetos - embalagens, garrafas, componentes de celulares, autopeças - feitos do chamado bioplástico. Assim como os plásticos convencionais, os bioplásticos são feitos de polímeros, e as propriedades e características dos dois (vida útil, resistência a choques e variação de temperatura) também se assemelham. A diferença está na matéria-prima: enquanto o convencional vem do petróleo, o "ecológico" é obtido da natureza, em grande parte na agricultura: da cana-de-açúcar, do milho, da mandioca, da batata e outros. 


               A maior vantagem do bioplástico é amenizar o aquecimento global provocado pela emissão de gás carbônico. Cada quilo de plástico feito a partir de petróleo libera cerca de 6 quilos de gás carbônico. Com os plásticos verdes acontece o contrário: cada quilo produzido representa a absorção de 2 a 2,5 quilos de gás carbônico devido à fotossíntese dos produtos agrícolas usados na sua composição. Também demandam bem menos energia na sua produção. Além disso, são 100% recicláveis e 70% deles são biodegradáveis e compostáveis - decompõem-se sozinhos, em 180 dias, em média. 


              Dois problemas ainda travam a expansão da indústria de bioplásticos. Um deles, a necessidade de mais pesquisas, vem sendo amenizado com o desenvolvimento de projetos no mundo todo. Entre os muitos usos do produto, já estão em fase de teste no mercado uma bola de golfe que se degrada e vira comida de peixe se cair na água, uma goma de mascar que não gruda e, num futuro mais distante, um filme invisível que envolve as frutas, impede que elas estraguem rapidamente e pode ser ingerido. Já o outro problema é mais complicado: ainda é muito caro produzir o plástico verde. A maior parte das empresas que atuam no setor está utilizando a cana-de-açúcar - a Braskem, no Rio Grande do Sul, produz 200 000 toneladas por ano de plástico derivado de polietileno formado a partir do processo de desidratação do etanol. Situada em São Carlos, no estado de São Paulo, a CBPak utiliza matéria-prima mais inusitada: produz atualmente 300 000 bandejas e copos de plástico para embalar alimentos feitos a partir de amido de mandioca e espera faturar 10 milhões de reais neste ano. 

             "Trata-se de um negócio que ainda está engatinhando e que enfrenta duas barreiras: o preço e a produtividade", diz Claudio Rocha Bastos, fundador da CBPak, que tem planos ambiciosos de ampliar sua produção em dez vezes. Embalagens ecológicas podem custar até o triplo das de origem fóssil e, mesmo tendo atingido, em 2011, a marca de 1 milhão de toneladas, a atual produção mundial não representa nem 1% do mercado de plásticos.

Fonte: Planeta Sustentável.

Links relacionados:

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Uma boa notícia: Desmatamento da Amazônia cai 17% entre 2011 e 2012.




O desmatamento registrado na Amazônia Legal caiu 17% entre 1º de janeiro e 15 de agosto de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011, apontam dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As informações foram obtidas pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real, o Deter, que usa imagens de satélite para visualizar a perda de vegetação na região. Comparando os dados no intervalo de tempo avaliado, a devastação passou de 1.485,66 km² de floresta no ano passado para 1.232,75 km² neste ano, recuo de 252,91 km².
Na comparação entre os três últimos meses deste ano (de 15 de maio a 15 de agosto de 2012) com o mesmo período de 2011, o recuo no desmate foi maior, de 27,8%. A devastação passou de 773,85 km², no intervalo registrado em 2011, para 558,21 km² neste ano.
Em agosto, o Inpe anunciou que publicaria informações do Deter a cada 15 dias. Os dados são considerados um levantamento rápido e não têm o nível de detalhe da pesquisa oficial prevista para o final do ano pela instituição, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal).

Estados
O estado campeão no ranking da devastação continua sendo o Mato Grosso (694,69 km² de área destruída), seguido do Pará (321,58 km²) e de Rondônia (121,68 km²), segundo os dados do Deter de janeiro a agosto de 2012. No ano passado, estes mesmos estados lideraram o desmate da Amazônia Legal - o Mato Grosso perdeu 744,68 km² de floresta, o Pará perdeu 365,92 km² e Rondônia teve 230,36 km² de desmatamento.
Para o professor de política ambiental e mudança climática da Unesp (Universidade Estadual Paulista), David Montenegro Lapola, apesar de parciais, os números mostram continuação na tendência de queda no desmatamento da Amazônia, "algo que ocorre desde 2004".
Ele aponta dois fatores para o recuo na destruição: a maior presença do poder público na Amazônia, principalmente na forma de fiscalização, e o desaquecimento da economia global, que pode ter levado a uma demanda menor por produtos da fronteira agrícola na região, que há anos têm se expandido rumo à floresta.
Para o professor, a criação de áreas de proteção ambiental e a presença maior de agentes da Polícia Federal e do Ibama na região nos últimos anos contribuíram para a diminuição do desmatamento. "Mas não podemos ignorar a questão do desaquecimento econômico internacional", ressalta.
O pesquisador aponta que a queda na destruição da Amazônia contribui também para a redução nas emissões de gases-estufa que causam mudanças climáticas pelo planeta. Aproximadamente 75% das emissões de gases-estufa no Brasil vêm de queimadas e devastação de florestas e outros biomas, incluindo a Amazônia, afirma Lapola.
"Acho que ainda há mais o que fazer com relação à fiscalização. Se a gente pode reduzir em 80%  (o desmatamento), por que não podemos reduzir em 100%?", diz o professor, fazendo referência à meta definida por lei no Brasil pela Política Nacional de Mudanças Climáticas. Pela legislação, o país tem como meta reduzir a destruição da Amazônia em 80% até 2020.

Menor índice histórico
Em junho, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que a Amazônia Legal teve o menor índice de desmatamento dos últimos 23 anos. Segundo Inpe, a região teve 6.418 km² de floresta desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011 -- o equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988, e houve uma redução de 8% em relação ao mesmo período em 2009 e 2010. No entanto, em dezembro do ano passado, o Inpe havia divulgado uma expectativa de desmate de 6.238 km² -- alta de 3%. O número foi obtido a partir dos dados consolidados do sistema Prodes.

Fonte: G1 Notícias

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Radiação causa deformidades em borboletas que vivem em Fukushima


Ainda não se conhecem os efeitos sobre a saúde humana do acidente nuclear que afetou Fukushima, no Japão, no ano passado. Mas cientistas japoneses já flagraram deformidades ligadas à radiação em borboletas que vivem na área do desastre.
Os efeitos, que incluem asas de tamanho desigual ou amarfalhadas, antenas com pontas duplas e olhos malformados, estão descritos em artigo na revista especializada "Scientific Reports".

  
A equipe liderada por Atsuki Hiyama, da Universidade das Ilhas Ryukyu, coletou borboletas da espécie Zizeeria maha. Elas são consideradas bons indicadores do estado do ambiente porque seu organismo é sensível a alterações ambientais.
Insetos que viviam nas vizinhanças do acidente foram coletados em maio e setembro de 2011 (o acidente ocorreu em março, quando os bichos estavam na forma de larva). Nas borboletas capturadas em março, já havia aberrações morfológicas leves, em 12% dos casos.
Alguns dos animais coletados foram então cruzados em laboratório, tanto entre si quanto com borboletas de outros locais. O que os cientistas viram foi um aumento gradativo das anormalidades ao longo das gerações --aumento que também se verificou com as borboletas coletadas mais tarde na natureza.
Para os cientistas, os dados servem como sinal de alerta.

Fonte: Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

UFRJ transforma o bagaço de cana em fibra de carbono.



Peças de carro, materiais da indústria de petróleo e até armações de óculos podem estar prestes a se juntar a etanol, cachaça e açúcar como produtos derivados da cana. Cientistas brasileiros desenvolveram um jeito de transformar os resíduos da planta em fibra de carbono, material um bocado valorizado pela indústria. Hoje, o bagaço da cana-de-açúcar é o principal resíduo do agronegócio brasileiro. Uma tonelada da planta usada para fazer etanol produz, em média, 140 kg de bagaço.
Boa parte desses restos acaba queimada nas próprias usinas como forma de gerar energia, mas é uma destinação que ainda não consegue absorver todos os resíduos gerados. Se armazenados incorretamente, eles podem se tornar um fator sério de poluição ambiental.
Foi pensando nisso que um grupo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiu agir e dar uma destinação mais nobre ao "lixo". Eles desenvolveram um método que extrai a lignina -uma importante molécula "estrutural" dos vegetais, responsável, entre outras coisas, pela sustentação- do bagaço da cana e a trata para que ela seja transformada em fibra de carbono.
"Não é como transformar garrafa pet em tapete ou em árvore de Natal. É uma reciclagem com alto valor agregado, que pode gerar boas oportunidades, porque o Brasil ainda não tem produção industrial de fibra de carbono", diz Veronica Calado, coordenadora do trabalho e também do Núcleo de Biocombustíveis, de Petróleo e de seus Derivados da UFRJ.
Na verdade, o grupo de Calado aproveita o "lixo do lixo" da cana-de-açúcar. Novas técnicas já permitem que o bagaço da produção de etanol seja tratado quimicamente e usado para dar origem a mais álcool, o chamado etanol de segunda geração.

            ÚLTIMA ETAPA

A fibra de carbono é obtida depois que o bagaço já passou por esse segundo processo. A lignina extraída do bagaço é processada e passa por vários processos, que vão aumentando o teor de carbono. No fim, obtém-se a fibra, que é laminada e pode ser vendida para as mais diversas aplicações.
Dez vezes mais forte do que o aço, mas ainda maleável e com elevada resistência à temperatura, a fibra de carbono é um material muito valorizado no mercado, com preços que podem variar entre US$ 25 e US$ 120 por kg.
A principal maneira de obtê-la hoje é derivá-la do petróleo, com muitos aditivos.
"A fibra de carbono pelo reaproveitamento da cana também é sustentável nesse sentido, porque vai diminuir a dependência do petróleo para mais um uso", avalia Verônica, da UFRJ.
No mundo, já existem outras iniciativas para transformar a lignina em fibra de carbono. Todos esses projetos estão também em fase experimental. O grupo brasileiro, porém, orgulha-se de conseguir fazer o trabalho com menos aditivos, obtendo ainda um "extrato" de lignina mais puro e com maior potencial de transformação.
O trabalho carioca ainda está restrito aos laboratórios, mas a técnica já se mostrou funcional. A coordenadora do estudo diz que não há ideia do preço final da fibra, mas que "com certeza ela será mais barata do que a vinda do petróleo".
            Agora, os cientistas estudam a melhor maneira de patentear o projeto.

Fonte: Folha de S. Paulo



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Brasil e a Carta da Terra


O que é a Carta da Terra?

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

A Carta da Terra é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto da Carta da Terra começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000 a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos. O documento voltou a ser debatido na Rio+20, explorando sua importância em áreas de foco como Economia Verde e o Quaro Institucional para o Desenvolvimento Sustentável.



Brasil na Carta da Terra

Durante o mês de julho, a sede do WWF-Brasil foi palco de uma reunião da Rede Brasileira da Carta da Terra. A entidade passou a integrar o movimento durante a Cúpula dos Povos da Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. Uma série de encontros será realizada até o fim do ano, quando acontecerá uma conferência nacional sobre o tema.

A rede nacional é formada por mais de 30 entidades da sociedade civil, empresários e governos, dedicadas a chamar a atenção para a importância da carta e a organizar a sociedade civil para demandar que os princípios do documento passem a fazer parte das políticas públicas e da legislação brasileiras.

“A Rede Brasileira reforçará o trabalho mundial pela difusão e implantação dos valores da Carta da Terra como alternativa à crise do atual modelo civilizatório”, disse o conselheiro do Instituto Alternativa TerraAzul, Pedro Ivo de Souza Batista.

O texto da Carta da Terra começou a ser discutido na Rio92 e traz princípios globais voltados para a sustentabilidade ambiental, a democracia, a paz e a justiça social.

Um dos trechos afirma que “Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis”.

No evento de lançamento da Rede Brasileira, em junho, o teólogo e membro da Comissão Internacional da Carta da Terra Leonardo Boff lembrou que o documento “é fruto da maior consulta que já se fez no mundo. Ela não veio das instâncias burocráticas, mas nasceu do grito da terra, dos quilombolas, dos indígenas, de todos os movimentos sociais do mundo”.

“O conceito de que a terra não é um baú de recursos mortos, mas um ser vivo. Esse é um conceito que precisa ganhar cada vez mais espaço”, ressaltou.

Fontes: WWF Brasil (wwf.org)
Ambiental sustentável (ambientalsustentavel.org)

Um carro 100% elétrico pode ser brasileiro





A empresa Vez do Brasil criou um projeto de carro completamente elétrico usando apenas tecnologia nacional. O objetivo da empresa ao inserir esse produto no mercado é ajudar a reduzir as taxas de emissão de gás carbono e outros gases do efeito estufa.
O carro projetado pela empresa se chama SEED – Small Eletric with Economic Design, um carro leve e de baixo consumo, que utiliza somente energia elétrica para funcionamento. O SEED pode alcançar uma velocidade de 120 quilômetros por hora e tem autonomia de 100 quilômetros. Segundo a empresa, o SEED consome oito centavos de energia para cada quilômetro rodado, e as baterias são recarregadas em até oito horas.
Entrevista com Tony Saad, CEO da Vez do Brasil.
Atitude Sustentável: Como e quando começou o projeto do carro elétrico?
Tony Saad: Trabalho com PD&I no Brasil e no exterior há 30 anos, fui executivo de Centro de Inovação da Positivo Informática até o final do ano passado, assisti e participei do milagre de crescimento da Positivo nos últimos seis anos. O primeiro insight sobre veículos elétricos veio em 2001 quando em viagem a negócios nos EUA, eu me lembro de ter ido a um Auto Show onde havia um Mock-up em Argila de um veículo do futuro. Me estarreceu o fato desse carro não ter mais óleos, filtros, mangueiras, correias, velas, bico injetores, radiador, alternador, tanque de combustível, escapamento, motor de arranque, motor a explosão com mais de 300 peças em movimento, o que aliás, diga-se de passagem, são os itens responsáveis por cerca de 90% dos problemas técnicos nos veículos convencionais. Além disso, o modelo americano proposto em 2001 possuía motor elétrico, era totalmente comandado por eletrônica de estado sólido e software. Este contato com o futuro me causou tamanho impacto, que estou nisto até hoje, pois pensei “adoraria ter um desses em minha garagem!”, será que não conseguimos desenvolver essa tecnologia no Brasil?
Atitude Sustentável: Qual a proposta de sistema de recarregamento das baterias?
Tony Saad: Todos os nossos modelos SEED – Small Electric with Economic Design, foram desenvolvidos para ser recarregado a partir de uma tomada normal padrão ABNT 110/220V@20A. Costumo brincar sobre isto que no Brasil temos cerca de 300.000 postos de abastecimento de combustíveis, e cerca de 300 milhões de postos de abastecimento elétrico, ou seja, qualquer tomada doméstica. Entretanto, brincadeiras a parte, a Petrobrás já inaugurou o primeiro Eletro posto no RJ e a COPEL está implantando sete outros Eletropostos no Estado do Paraná, sendo que o do Aeroporto Internacional Afonso Pena já se encontra em operação. Ainda sobre os Eletropostos, gostaria de esclarecer que pode ser feita em qualquer carro elétrico o que conhecemos como uma Carga Rápida, ou seja, as baterias podem ser quase que completamente carregadas em cerca de quinze minutos, porém este tipo de carga deve ser realizado somente em emergências, pois diminui consideravelmente a vida útil das baterias. Como recomendação, devemos sempre dar preferência ao carregador fornecido pelo fabricante de uso interno dos VEs.
Atitude Sustentável: Já existe uma previsão do custo final para o consumidor do automóvel?
Tony Saad: O modelo SEED City Car Básico, está previsto para ser comercializado entre R$ 40.000 e R$ 50.000, no entanto, estamos trabalhando fortemente junto aos governos Federal, Estaduais e Municipais, não só para a redução de impostos no produto final, bem como em toda a sua cadeia produtiva, como também para medidas de incentivos à produção e desenvolvimento continuado dessa tecnologia no Brasil, dada a sua relevância estratégica e o meio-ambiente.
Atitude Sustentável: Como funciona o processo de investimentos sendo realizado agora?
Tony Saad: Seguindo estritamente o estabelecido em nosso Plano de Negócios, tivemos muito sucesso em nosso primeiro round de investimentos em Abril de 2011 destinado a finalizarmos a engenharia industrial do SEED, levando a tecnologia do nível protótipo, para as primeiras unidades cabeça-de-série de produção (try-out). Este processo está sendo finalizado Q3/Q4 deste ano, sendo que abrimos agora o nosso segundo e último round de investimentos pré-operacionais, cujo escopo é a implantação de nossa Unidade Industrial Piloto de produção seriada. Nesta última rodada, estão a disposição 25% de participação acionária na que será empresa holding VEZ do Brasil S.A. – Ind. e Com. de Veículos Elétricos, a primeira montadora automotiva com tecnologia e engenharia 100% Brasileira, com muito orgulho!!!

Fonte: Atitude Sustentável.