VIVAS

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sustentabilidade e Nanotecnologia: É do Brasil!


São Paulo - Os gases emitidos pela queima do bagaço de cana de açúcar, resíduos de milho, pneus velhos e garrafas PET podem ser usados na fabricação de nanotubos de carbono. O avanço que une as áreas de sustentabilidade e nanotecnologia foi descoberto pelo físico brasileiro Joner de Oliveira Alves.
Durante sua tese de doutorado, Joner fez testes em laboratório com os quatro tipos de resíduos. O processo de queima diminui a quantidade de gases poluentes emitidos na atmosfera do planeta e ainda cria nanotubos. O material que costuma ser exportado pelo país é usado como reforço em materiais poliméricos e cerâmicos e tem um vasto campo de potenciais aplicações, que vai desde dispositivos médicos, implantes e peças de eletrônicos.
Os nanotubos de carbono tem um diâmetro corresponde a nanômetros, ou seja, um bilionésimo de metro (10-9metros). Apesar do vasto campo de potenciais aplicações, ainda não existem empresas que produzem esses materiais em larga escala no Brasil. A indústria cosmética é a que mais tem investido nesse tipo de material. “Como os nanatubos são partículas muito pequenas, conseguem penetrar em camadas da pele que outras substâncias não alcançam”, afirma Joner em entrevista a INFO.
Na técnica desenvolvida por Joner, os resíduos são primeiro aproveitados para a geração de energia. A diferença é o aproveitamento dos gases resultantes da saída do processo. Primeiro, os resíduos são incinerados em um forno e depois filtrados, o que resulta apenas em gases. Em seguida, um catalisador quebra os hidrocarbonetos dos gases em carbono e hidrogênio. O carbono fica retido na forma de carbono sólido, como um pó de grafite, onde são encontrados os nanotubos. Já o hidrogênio é lançado na atmosfera, mas é um gás limpo, que não polui.
O estudo de Joner mostra que os gases resultantes da queima do bagaço de cana apresentaram os melhores resultados ao gerar mais nanotubos e com mais pureza. A queima desses resíduos também pode reduzir em até 90% a quantidade do detrito gerado, o que evita a deposição em lixões. O bagaço de cana, por exemplo, é atualmente utilizado pela maioria das usinas para a geração de energia capaz de suprir todo o processo de produção de cana e etanol.
A pesquisa não abre apenas possibilidade para a redução do valor dos nanomateriais, apresenta também um importante aspecto ligado à sustentabilidade. “A ideia é valorizar a cadeia de reciclagem energética porque o Brasil precisa de fontes de energia limpas, sem usar recursos naturais não renováveis, como o petróleo. E ainda é possível atingir outra cadeia, que é a indústria de nanotecnologia”.

“Sempre tentei ao máximo fazer pesquisas que possam sair do meio acadêmico. Esses resíduos já são queimados pra gerar energia, como o bagaço da cana e pneus”, diz Joner. Sobre a aplicação prática do projeto, Joner ressalta que esta poderia ser uma solução para baixar o preço dos nanotubos. Mas para isto seria primeiramente necessário adaptar locais onde a queima de resíduos já é feita para a geração de energia, como no caso das usinas de açúcar e etanol. “A ideia é levar essa tecnologia para onde os resíduos estão. Se não, a matéria-prima deixa de ser barata. Não é um processo fácil porque se misturam duas tecnologias opostas: a de nanotecnologia, uma química “fina”, sem contato com meio externo; e do outro lado o resíduo. O meio campo tem que ser muito bem trabalhado”, afirma Joner.
O estudo foi desenvolvido durante a tese de doutorado, que foi defendida em 2011. O trabalho foi feito na modalidade sanduíche: no Brasil, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com orientação do professor Dr. Jorge Alberto Soares Tenório, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Nos Estados Unidos, a coorientação foi do professor Yiannis Angelo Levendis, da Northeastern University, em Boston.
A pesquisa fez tanto sucesso que já rendeu seis prêmios, sendo o último deles o Prêmio AEA (Associação de Engenharia Automotiva) de Meio ambiente. “O estudo também ganhou na categoria jovem pesquisador o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, que eu considero um dos principais porque é organizado pela UNESCO", diz Joner. O pesquisador também destaca o Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade, conferido à melhor tese de doutorado na área de tratamento de resíduos".
Fonte: Revista Exame.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

domingo, 19 de maio de 2013

Gás carbônico atinge nível record na atmosfera terrestre.





Os níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera atingiram um recorde, informou o NOAA (centro americano de controle da atmosfera)  nesta sexta-feira (10). Pela primeira vez, foi registrada uma concentração diária maior do que 400 partes por milhão de dióxido de carbono no ar.
Segundo os pesquisadores, a última vez que os níveis atingiram esse valor ocorreu há milhões de anos. O gás é o principal causador do aquecimento global, que gera mudanças climáticas bruscas, como fortes tempestades, além de verões e invernos mais rigorosos.
Em 9 de maio, a concentração média diária de CO2 na atmosfera de Mauna Loa, no Havaí, ultrapassou 400 partes por milhão (ppm), pela primeira vez desde que as medições começaram em 1958. Este é um marco importante porque Mauna Loa é o local de referência mundial primária para monitorar o aumento deste gás.
O gás é lançado na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis (como carvão, petróleo e gás natural) e outras atividades humanas. Sua concentração tem aumentado a cada ano desde que os cientistas começaram a fazer medições nas encostas do vulcão Mauna Loa. Os pesquisadores apontavam 400ppm como o pico máximo que se podia chegar sem grandes efeitos para o meio ambiente.
A taxa de crescimento se acelerou desde que as medições começaram, a partir de cerca de 0,7 ppm por ano em 1950 para 2,1 ppm por ano, durante os últimos 10 anos.
"Esse aumento não é uma surpresa para os cientistas", disse o cientista sênior Pieter Tans do NOAA. "A evidência é conclusiva de que o forte crescimento das emissões globais de CO2 provenientes da queima de carvão, petróleo e gás natural é o motor da aceleração."
Antes da revolução industrial, no século 19, a média global de CO2 foi de cerca de 280 ppm. Durante os últimos 800 mil anos, o CO2 oscilou entre cerca de 180 ppm durante as eras glaciais e 280 ppm durante os períodos interglaciais quentes. A taxa de crescimento de hoje é mais de 100 vezes mais rápida do que o aumento que ocorreu quando a última era glacial terminou.
"Não há mais como impedir que o CO2 atinja 400 ppm", disse Ralph Keeling,  geoquímico do Instituto de Oceanografia Scripps, e filho de Charles David Keeling que iniciou as medições no Havaí. "Isso é agora passado. Mas o que acontece daqui em diante ainda importa para o clima, e ainda está sob nosso controle. E principalmente se resume a quanto continuamos a depender de combustíveis fósseis para a energia."
Cientistas da NOAA com a Divisão de Monitoramento Global têm feito medições em todo o mundo desde 1974. Ter dois programas para medir de forma independente o gás do efeito estufa proporciona maior confiança de que as medições estão corretas.
Além disso, aumentos similares de CO2 são vistos em todo o mundo por muitos cientistas internacionais. Uma rede de amostragem de ar global informou no ano passado que todos os locais do Ártico de sua rede chegaram a 400 ppm, pela primeira vez. Estes valores elevados eram um prelúdio para o que está sendo observado em Mauna Loa, um local em regiões subtropicais.
Os sinais serão vistos no hemisfério Sul durante os próximos anos. O aumento no hemisfério Norte é sempre um pouco à frente do hemisfério Sul, porque a maioria das emissões históricas são do Norte, com forte impacto dos EUA e também da Europa no passado.
Uma vez emitido, o CO2 fica na atmosfera e nos oceanos durante milhares de anos. Assim, as mudanças climáticas geradas por CO2 dependem principalmente emissões acumuladas, tornando-se progressivamente mais difíceis de evitar.

Análise

"Não há precedentes na História da Terra para uma elevação tão abrupta das concentrações de gases de efeito estufa", afirmou à AFP Mann, autor de dois livros sobre mudanças climáticas.
"Embora as coisas vivas possam se adaptar às lentas mudanças que ocorrem ao longo de dezenas de milhões de anos, não há razões para acreditar que elas - e nós - poderemos nos adaptar a mudanças que ocorrem um milhão de anos mais rápido do que as taxas naturais de mudanças" emendou.
Mann disse que os cientistas acreditam que o CO2 chegou aos níveis atuais pela última vez há mais de 10 milhões de anos, na metade do Período Mioceno.
Na época, as temperaturas globais eram mais elevadas, o gelo era esparso e o nível do mar era dezenas de metros mais alto do que hoje.
"A natureza levou centenas de milhões de anos para mudar as concentrações de CO2 através de processos naturais tais como o sepultamento natural de carbono ou as erupções vulcânicas", disse Mann.
"O que estamos fazendo é desenterrando isso. Mas não ao longo de 100 milhões de anos. Nós desenterramos e queimamos numa escala de tempo de cem anos, um milhão de vezes mais rápido", concluiu. 

Fonte: Portal UOL

domingo, 21 de abril de 2013

22/04 - Dia da Terra: entenda sua origem.

O Dia da Terra - ou, oficialmente, Dia Internacional da Mãe Terra - é uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2009 para marcar a responsabilidade coletiva para promover a harmonia com a natureza e a Terra e alcançar um balanço entre economia, sociedade e ambiente.

"O Dia Internacional da Mãe Terra é uma chance de reafirmar nossa responsabilidade coletiva para promover a harmonia com a natureza em um tempo em que nosso planeta está sob ameaça da mudança climática, exploração insustentável dos recursos naturais e outros problemas causados pelo homem. Quando nós ameaçamos nosso planeta, minamos nossa própria casa - e nossa sobrevivência no futuro", diz mensagem do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Contudo, a história dessa comemoração é bem mais antiga. O primeiro Dia Nacional da Terra ocorreu em meio ao movimento hippie americano, em 1970. Se por um lado a música e os jovens eram engajados, de outro os americanos viviam com seus carros com motor V8 e a indústria despejando produtos poluidores com pouco medo de represálias legais.

A idéia de uma data para marcar a luta pelo ambiente veio do senador Gaylord Nelson, após este ver a destruição causada por um grande vazamento de óleo na Califórnia, em 1969. Ele recebeu o apoio do congressista republicano conservador Pete McCloskey e recrutou o estudante de Harvard Denis Hayes como coordenador da campanha.

No dia 22 de abril, 20 milhões de pessoas nos Estados Unidos saíram às ruas para protestar em favor de um planeta mais saudável e sustentável. Milhares de escolas e universidades organizaram manifestações contra a deterioração do ambiente e engrossaram os grupos ambientalistas. Foi um raro momento que juntou até mesmo democratas e republicanos.

O resultado prático foi a criação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e dos atos do Ar Limpo, Água Limpa e das Espécies Ameaçadas. "Foi uma aposta", lembra o senador, "mas funcionou."

Fonte: Portal Terra.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Fezes de pandas virarão energia na França.

Panda gigante encontra dificuldades para procriar

São Paulo - O zoológico Francês Beauval planeja transformar as fezes poderosas dos pandas em energia. Agora, o animal em extinção poderá ajudar a diminuir as contas de energia do zoológico.
Em 2012, o zoológico trouxe dois pandas da China por aproximadamente 1 milhão de dólares por ano em um contrato de 10 anos de duração. Segundo os planos do estabelecimento, os pandas produzirão 25 kg de combustível por dia.
Os pandas comem 35 quilos de bambu em um dia e defecam aproximadamente 30 quilos por dia. Isso os torna os principais candidatos para esta iniciativa verde.
Tudo isso a partir de uma nova planta que será capaz de processar dejetos e transformá-los em energia.
As plantas de processamento são usadas para purificar a matéria-prima do gás natural. A instalação custará 3 milhões de dólares e deverá ficar pronta em 2014.
A eletricidade será gerada pela queima de biogás coletado a partir de excrementos dos pandas, de outros animais e de resíduos orgânicos. A estimativa do zoológico é que a planta de processamento irá cortar custos de energia em 40%.
Nos últimos anos, os sistemas de biogás, que usam todos os tipos de resíduos orgânicos, ganharam força como uma alternativa de energia renovável nos Estados Unidos e na Europa, além de países em desenvolvimento.
Postador por: Adriane Kovatzh.

segunda-feira, 1 de abril de 2013