VIVAS

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um carro 100% elétrico pode ser brasileiro





A empresa Vez do Brasil criou um projeto de carro completamente elétrico usando apenas tecnologia nacional. O objetivo da empresa ao inserir esse produto no mercado é ajudar a reduzir as taxas de emissão de gás carbono e outros gases do efeito estufa.
O carro projetado pela empresa se chama SEED – Small Eletric with Economic Design, um carro leve e de baixo consumo, que utiliza somente energia elétrica para funcionamento. O SEED pode alcançar uma velocidade de 120 quilômetros por hora e tem autonomia de 100 quilômetros. Segundo a empresa, o SEED consome oito centavos de energia para cada quilômetro rodado, e as baterias são recarregadas em até oito horas.
Entrevista com Tony Saad, CEO da Vez do Brasil.
Atitude Sustentável: Como e quando começou o projeto do carro elétrico?
Tony Saad: Trabalho com PD&I no Brasil e no exterior há 30 anos, fui executivo de Centro de Inovação da Positivo Informática até o final do ano passado, assisti e participei do milagre de crescimento da Positivo nos últimos seis anos. O primeiro insight sobre veículos elétricos veio em 2001 quando em viagem a negócios nos EUA, eu me lembro de ter ido a um Auto Show onde havia um Mock-up em Argila de um veículo do futuro. Me estarreceu o fato desse carro não ter mais óleos, filtros, mangueiras, correias, velas, bico injetores, radiador, alternador, tanque de combustível, escapamento, motor de arranque, motor a explosão com mais de 300 peças em movimento, o que aliás, diga-se de passagem, são os itens responsáveis por cerca de 90% dos problemas técnicos nos veículos convencionais. Além disso, o modelo americano proposto em 2001 possuía motor elétrico, era totalmente comandado por eletrônica de estado sólido e software. Este contato com o futuro me causou tamanho impacto, que estou nisto até hoje, pois pensei “adoraria ter um desses em minha garagem!”, será que não conseguimos desenvolver essa tecnologia no Brasil?
Atitude Sustentável: Qual a proposta de sistema de recarregamento das baterias?
Tony Saad: Todos os nossos modelos SEED – Small Electric with Economic Design, foram desenvolvidos para ser recarregado a partir de uma tomada normal padrão ABNT 110/220V@20A. Costumo brincar sobre isto que no Brasil temos cerca de 300.000 postos de abastecimento de combustíveis, e cerca de 300 milhões de postos de abastecimento elétrico, ou seja, qualquer tomada doméstica. Entretanto, brincadeiras a parte, a Petrobrás já inaugurou o primeiro Eletro posto no RJ e a COPEL está implantando sete outros Eletropostos no Estado do Paraná, sendo que o do Aeroporto Internacional Afonso Pena já se encontra em operação. Ainda sobre os Eletropostos, gostaria de esclarecer que pode ser feita em qualquer carro elétrico o que conhecemos como uma Carga Rápida, ou seja, as baterias podem ser quase que completamente carregadas em cerca de quinze minutos, porém este tipo de carga deve ser realizado somente em emergências, pois diminui consideravelmente a vida útil das baterias. Como recomendação, devemos sempre dar preferência ao carregador fornecido pelo fabricante de uso interno dos VEs.
Atitude Sustentável: Já existe uma previsão do custo final para o consumidor do automóvel?
Tony Saad: O modelo SEED City Car Básico, está previsto para ser comercializado entre R$ 40.000 e R$ 50.000, no entanto, estamos trabalhando fortemente junto aos governos Federal, Estaduais e Municipais, não só para a redução de impostos no produto final, bem como em toda a sua cadeia produtiva, como também para medidas de incentivos à produção e desenvolvimento continuado dessa tecnologia no Brasil, dada a sua relevância estratégica e o meio-ambiente.
Atitude Sustentável: Como funciona o processo de investimentos sendo realizado agora?
Tony Saad: Seguindo estritamente o estabelecido em nosso Plano de Negócios, tivemos muito sucesso em nosso primeiro round de investimentos em Abril de 2011 destinado a finalizarmos a engenharia industrial do SEED, levando a tecnologia do nível protótipo, para as primeiras unidades cabeça-de-série de produção (try-out). Este processo está sendo finalizado Q3/Q4 deste ano, sendo que abrimos agora o nosso segundo e último round de investimentos pré-operacionais, cujo escopo é a implantação de nossa Unidade Industrial Piloto de produção seriada. Nesta última rodada, estão a disposição 25% de participação acionária na que será empresa holding VEZ do Brasil S.A. – Ind. e Com. de Veículos Elétricos, a primeira montadora automotiva com tecnologia e engenharia 100% Brasileira, com muito orgulho!!!

Fonte: Atitude Sustentável.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Bóson de Higgs - entenda facilmente!



            O que é o bóson de Higgs, afinal?

É a partícula que faz com que você não seja um raio de luz. Não entendeu? Vamos voltar no tempo até uma época em que o Universo inteiro era só um emaranhado de partículas subatômicas que vagavam na velocidade da luz. Então. Os bósons de Higgs, que estavam espalhados entre essas partículas, se uniram e formaram um grande oceano invisível. O resto da mágica aconteceu quando as outras partículas subatômicas começaram a interagir com este oceano. Algumas – os fótons, por exemplo – passaram direto. Outras – os quarks e elétrons – foram atraídas por este mar de bósons de Higgs. E à força que os quarks fazem para atravessar esse óleo nós damos o nome de massa. Isso está acontecendo agora mesmo: nós vivemos submersos no oceano de Higgs até hoje.

Leia de novo a frase que abre este parágrafo. Fez sentido agora? Sem o bóson de Higgs, os quarks e elétrons não teriam massa. Seriam “raios de luz”. Sem quarks e elétrons não existem átomos. Sem átomos não existe você.

Por que ”partícula de Deus”?

Por causa de um editor de livros. Um físico, o Prêmio Nobel Leon Lederman, fez um livro sobre o bóson de Higgs em 1993. Até então (e até hoje de manhã) a existência do Higgs era só uma teoria. Mas não era qualquer teoria. Ele era necessário para que a física moderna fizesse sentido. Na próxima resposta falamos sobre isso com mais detalhes. Mas o ponto é que a existência real do Higgs era extremamente necessária, só que ninguém encontrava um vestígio sequer dela. Justamente por isso, Lederman quis que seu livro chamasse “The Goddam Particle” (A Partícula Maldita) – “Maldita” porque teimava em não dar as caras. Mas o editor do livro sugeriu que, se transformassem o “Goddam” em “God” (e o título, portanto, em “A Partícula de Deus”), ficaria mais chamativo. Ficou Nobel de edição para o rapaz!

O que fizeram para encontrar a partícula?

Gastaram US$ 10 bilhões – o preço do maior acelerador de partículas do Universo conhecido, o LHC. Os cientistas literalmente colocam os prótons para correr lá dentro e provocam colisões frontais entre eles. Essas pancadas geram explosões intensas, como se fossem mini-Big Bangs. É aí que está o truque. Se o Big Bang “de verdade” fez com que os bósons de Higgs aparecessem vagando entre as outras partículas subatômicas, uma versão menor (mas quase tão intensa quanto o original) também faria. E fez.

Então, como os cientistas têm certeza de que a partícula que encontraram é mesmo o bóson de Higgs?

Eles não têm certeza. Quer dizer: a certeza não chega a 100%, mas já é maior do que 99,9%. Funciona assim: a física de hoje tem uma espécie de “tabela” que lista todas as partículas elementares, os tijolos fundamentais da matéria. São seis tipos de quark (os tijolos dos prótons e nêutrons, que constituem basicamente tudo o que você enxerga). Tem também seis “léptons” (elétrons, neutrinos e mais quatro primos próximos deles). Para completar, existem 4 partículas “fantasmas”, geralmente sem peso nenhum, feitas de energia pura. Elas são os “bósons” – os tijolos das forças da natureza. A mais notória é o fóton, o tijolo (ou bóson, se você preferir) da força eletromagnética.

Nós chamamos as gangues de fótons que correm em bando por aí de “luz” e de “sinal de celular” – duas manifestações da força eletromagnética, ainda que bem distintas. As outras partículas de energia pura são os glúons, os elementos que mantém os quarks “colados” (glued) uns aos outros (Turun -tsss – os físicos adoram dar nomes engraçadinhos para partículas). Tem também os “bósons da força nuclear fraca”. Eles bem que mereciam algum nome engraçadinho, mas não ganharam. Ficou como bóson W e bóson Z.

Fechando o arcabouço das partículas elementares, vem a mais curiosa delas: justamente o bóson de Higgs. Ele entra como uma ferramenta para explicar porque existem partículas “fantasmas”, sem massa, e “concretas”, com massa. A ideia é que, na verdade, todas as partículas seriam fantasmas. Mas algumas deixariam para trás seu estado fantasmagórico ao interagirem com o oceano de bósons de Higgs que permeia o Universo – a ideia foi do físico Peter Higgs, que acabou batizando a coisa. Pronto. Tudo explicado.

Só que até hoje de manhã tínhamos tudo isso e um mistério. Uma a uma, todas as partículas elementares foram sendo descobertas. O glúon, porém exemplo, foi teorizado em 1962, pelo físico Murray-Gellman. E acabou descoberto em laboratório em 1978. Tudo foi ficando cada vez mais redondo, com a prática comprovando paulatinamente a teoria. Mas faltava achar justamente a partícula mais curiosa.

Agora não falta mais (ou, pelo menos, há mais de 99,9% de chance). Ao analisar os estilhaços de uma colisão entre prótons no LHC, apareceu algo de diferente em meio aos glúons e quarks de sempre. Era uma partícula nova, mas com a mesma massa que o físico Peter Higgs havia previsto para o seu bóson. Falta examinar outras características do achado para ter 100% de certeza de que ele é mesmo o Higgs. Mas os físicos estão confiantes.

De qualquer forma, ainda falta muito a descobrir. Tem as partículas responsáveis pela matéria escura, que representa 85% da matéria do Universo e que ninguém faz ideia do que se trata. Tem a energia escura, a força 100% misteriosa responsável pela expansão do Cosmos… E tem a gravidade. Ela é a força mais cotidiana, mais onipresente, mais pedestre. Mas ainda não sabemos do que ela é feita. Ou se é feita de alguma coisa. O Higgs não é nem o começo.





Fonte: Super Interessante.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

MAIS AÇÃO, MENOS EMISSÃO!




         O governo federal criará, nos próximos dias, uma comissão técnica para elaborar, implantar e monitorar o plano de redução de gases de efeito estufa da indústria brasileira em 5% sobre as emissões previstas para 2020. A comissão contará com membros dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Meio Ambiente e com representantes do setor industrial, afirmou nesta sexta-feira a secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloísa Guimarães Menezes.
            Dados do ministério apontam que 324,4 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) equivalente deverão ser emitidas em 2020 pela indústria. O plano de redução criaria uma meta de emissões do setor em 308,2 milhões de toneladas. "Essa meta não é impossível e não será um constrangimento ao crescimento", afirmou Demétrio Toledo, diretor do Departamento de Análise e Competitividade e Desenvolvimento Sustentável do MDIC, durante evento no qual representantes do governo e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) assinaram o protocolo para o acordo.
             Heloísa e o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, destacaram a integração entre as duas pastas e avaliaram que o acordo supera a ideia de que há um conflito entre o desenvolvimento e a competitividade industrial e o desenvolvimento sustentável. "Há hoje uma maturidade para buscarmos soluções conjuntas", afirmou Heloísa.
             Durante o evento, o governo foi cobrado, no entanto, por representantes da CNI, para que questões sensíveis sejam levadas em consideração na elaboração do plano e permitam o alcance das medas de redução de emissões da indústria. Entre as cobranças principais estão a avaliação prévia das emissões de produtos importados, a criação de políticas de incentivos para a redução de custos de energia com redução na emissão de gases, como a troca da madeira pelo gás natural em regiões do Nordeste, e ainda o financiamento de novas tecnologias.

Fonte: VEJA (29/06/2012)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

"Maquiagem Verde" por Ana Carolina de Moraes.


 Veículo: Jornal Notícias do Dia
 Cidade: Joinville
 Data: 2 e 3/06/2012
 Editorial/Coluna: Opinião
 Página: 6

terça-feira, 22 de maio de 2012

Apesar da preocupação, brasileiros desconhecem sustentabilidade.


Em 1995, um episódio da série televisiva Simpsons mostrava o diálogo da família mundialmente famosa ao comprar uma televisão. Quando a filha pergunta à mãe se não podem levar o aparelho certificado, ela responde: “Filha, você sabe que não podemos pagar produtos com filosofia”.

A ironia da cena, não se atém apenas a uma crítica aos preços dos produtos social e ecologicamente corretos – invariavelmente um pouco mais caros -, mas também ao desconhecimento do americano médio sobre os impactos de seu consumo sobre o planeta. Ao chamar de filosofia esse tipo de responsabilidade, insinua de forma simplista que conceitos como sustentabilidade estão fora do cotidiano das pessoas.

Em 2010, já no Brasil, pesquisa “O Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade: Atitudes e Comportamentos frente o Consumo Consciente, Percepções e Expectativas sobre a Responsabilidade Social Empresarial”, realizada e apresentada pelos institutos Akatu e Ethos, mostrou que o desconhecimento ainda é grande no país.

Segundo o levantamento, a maioria da população brasileira (84%) não ouviu falar ou não entende ou define errado o conceito de Sustentabilidade - apenas 16% dos entrevistados mostraram algum conhecimento ou a própria definição do tema.

A pesquisa ouviu 800 mulheres e homens, com idade igual ou superior a 16 anos, de todas as classes sociais e regiões geográficas do país, nas seguintes localidades: regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém), capitais (Goiânia e Manaus) e Distrito Federal.

A pesquisa segue o conceito foi criado em 1987, por representantes dos governos membros da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), que definem ação sustentável como aquela que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.

Para Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu, a dificuldade (da população) de definir o termo se deve ao fato de a Sustentabilidade ser um objetivo, um resultado, condicionado por diversas práticas conjugadas. “Por isso é compreensível que parte dos consumidores, mesmo aqueles considerados conscientes, ainda não tenha se apropriado do termo”.

Paradoxos

Embora não entendam os conceitos, no dia a dia, os consumidores relatam já cuidar da sustentabilidade em ações simples. Por exemplo, cerca de 70% fecham a torneira enquanto escovam os dentes, ou mesmo apagam a luz de ambientes desocupados. Em outra ponta, 24% respondeu que separa o lixo para reciclagem e 33% são atentos aos rótulos dos produtos.

A mesma pesquisa apontou que, entre 2006 e 2010, manteve-se em 5% o percentual da população brasileira que adere a valores e comportamentos mais sustentáveis de consumo. A quem o Instituto Akatu chama de consumidores conscientes. Considerando-se o aumento populacional nesse período, houve um crescimento de cerca de 500 mil consumidores conscientes.

No entanto, houve um aumento em 12 pontos percentuais (de 25% para 37% do total) o segmento de consumidores mais distante destes valores e comportamentos, o grupo dos consumidores chamado de “Indiferente”.

A maior queda foi registrada em comportamentos ligados à economia e ao planejamento. Práticas como evitar deixar lâmpada acesa em ambientes desocupados, que eram realizadas por 77% da população brasileira em 2006, hoje são por 69%. O planejamento de compras de alimentos é praticado por 48% da população, há quatro anos, esse comportamento era adotado por 55%.

Segundo, o consultor do Instituto Akatu, Aron Belinky, isso pode ser explicado, pois houve um crescimento no número da população com poder aquisitivo no Brasil nos últimos anos e esse fator “interfere diretamente na avaliação dos comportamentos de consumo”.

A pesquisa aponta que “para ganhar corações e mentes dos consumidores, a sustentabilidade precisa ser apresentada não como conceitos sofisticados, mas traduzidos em práticas e propostas concretas. Tem que ser vista como o caminho mais curto, barato e desejável rumo à felicidade”.

Otimismo

Outro estudo, este realizado pelo Grupo HSBC, divulgado em dezembro de 2010, mostrou que 56% dos brasileiros estão otimistas em relação às mudanças climáticas e acreditam que isso pode gerar oportunidades de emprego e prosperidade para o país. Com o nome de Climate Confidence Monitor, a pesquisa, anual, aborda quatro eixos relacionados às Mudanças Climáticas: as preocupações das pessoas com o tema, sua confiança e comportamento, além da redução das emissões de CO2.

“Os resultados desta pesquisa demonstram a preocupação da sociedade com o tema e revela que mesmo de forma individual, muitas pessoas já estão se mobilizando para conter as mudanças climáticas”, explicou, na época, a superintendente-executiva de sustentabilidade do HSBC, Claudia Malschitzky.

A pesquisa indica que 82% dos entrevistados globalmente já fazem coleta seletiva dos resíduos produzidos em casa, 70% adotam alternativas domésticas que reduzam o consumo de energia e 65% dirigem seus automóveis cuidadosamente a fim de usar menos combustível.

Ainda relacionado ao comportamento individual, foi analisada a questão dos "produtos verdes". E o brasileiro é o povo mais propenso a adquiri-los, sendo que 36% os comprariam se sentissem que o produto faria uma diferença positiva.

O levantamento foi feito com 15 mil pessoas de 15 países - Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Hong Kong, Índia, Inglaterra, Japão, Malásia, México, Singapura e Vietnã. Entre os principais resultados globais, as mudanças climáticas aparecem como terceiro item de maior preocupação da sociedade mundial, após a instabilidade econômica e a violência.

Ainda sobre os Simpsons
Segundo pesquisa do Instituto Akatu, entre dois produtos com preço e qualidade semelhantes, 71% dos consumidores brasileiros decidem levar para casa aquele que possuir alguma causa social. A média mundial seria de 43%.

“O consumidor não confia de forma simples em uma instituição, mas utiliza-se de um julgamento minucioso de atributos que, ao serem combinados, resultam na escolha da marca com a qual se relacionará. Essa interação é marcada por experiências pessoais e atribuição de sentimentos, incorporando um conjunto de valores e atributos que leva o consumidor a diferenciar uma marca da outra”, acredita o diretor executivo do Instituto Camargo Corrêa, Francisco Azevedo.

Fonte: http://www.rets.org.br/

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Estudo indica que aquecimento global pode se tornar extremo nas próximas décadas (Matéria do UOL – 29/04/2012)





Por Justin Gillis
Novas pesquisas sugerem que o aquecimento global está fazendo com que o ciclo de evaporação e chuva sobre os oceanos se intensifique mais do que os cientistas esperavam, uma descoberta preocupante que pode indicar um potencial maior de manifestações climáticas extremas nas próximas décadas.

Através de medições das mudanças de salinidade na superfície do oceano, os pesquisadores auferiram que o ciclo do clima acelerou em cerca de 4% ao longo do último meio século. Isso não parece ser muito, mas é um número duas vezes maior do que os gerados pelas análises computadorizadas do clima.

Se a estimativa for confirmada, isso implica que o ciclo da água pode se acelerar em até 20% no final deste século à medida que o planeta aquece, levando possivelmente a mais secas e enchentes.

“Isso fornece outra evidência independente de que precisamos começar a levar a sério o problema do aquecimento global”, disse Paul J. Durack, pesquisador do Laboratório Nacional Lawrence Livermore na Califórnia e principal autor de um artigo publicado na sexta-feira (27) na revista Science.

A análise dos pesquisadores revelou que durante os 50 anos a partir de 1950, áreas salgadas do oceano se tornaram mais salgadas, enquanto as áreas de água doce se tornaram mais doces. Essa mudança foi atribuída a padrões mais fortes de evaporação e precipitação sobre o oceano.

O novo artigo não é o primeiro a descobrir uma intensificação do ciclo da água, nem mesmo o primeiro a calcular que ela pode ser bem grande. Mas o artigo parece reunir mais provas científicas para sustentar a estimativa alta do que qualquer outro artigo publicado até agora.
“Estou entusiasmado com este artigo”, disse Raymond W. Schmitt, cientista sênior da Instituição Oceanográfica Woods Hole em Massachusetts, que fez uma crítica do trabalho antes da publicação, mas não esteve envolvido nele. “O padrão de amplificação que ele vê é realmente bastante dramático.”

O artigo é o mais recente de um longo esforço dos cientistas para resolverem um dos quebra-cabeças mais problemáticos do aquecimento global.

Embora a física básica sugira que o aquecimento deve acelerar o ciclo da evaporação e das chuvas, tem sido difícil descobrir quanta aceleração já aconteceu, e portanto projetar as mudanças que provavelmente resultarão do contínuo aquecimento planetário.

O problema fundamental é que as medidas de evaporação e precipitação sobre o oceano –que cobre 71% da superfície da terra, contém 97% da água do planeta e é o local onde acontece a maior parte da evaporação e precipitação– são na melhor das hipóteses incompletas. Para superar isso, os cientistas estão tentando usar a mudança de salinidade na superfície do oceano como uma espécie de medidor das chuvas.

Isso funciona porque, à medida que a chuva cai sobre um trecho do oceano, ela deixa a superfície da água mais doce. Da mesma forma, numa região onde a evaporação excede a precipitação, a superfície se torna mais salgada.

As variações de salinidade são grandes o suficiente para poderem ser detectadas do espaço, e a Nasa recentemente enviou um novo satélite, o Aquarius, para este objetivo. Mas levará anos para obter resultados, e cientistas como Durack estão tentando ganhar uma vantagem sobre o problema usando observações mais antigas, incluindo medições de salinidade feitas por navios e medições recentes de um exército de robôs flutuantes lançados num programa internacional chamado Argo.

Schmitt alerta que o trabalho de Durack e seus coautores, os pesquisadores australianos Susan E. Wijffels e Richard J. Matear, precisaria ser avaliado e reproduzido por outros cientistas.

Outro especialista que não esteve envolvido no trabalho, Kevin E. Trenberth do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica em Boulder, Colorado, disse que Durack produziu provas intrigantes de que o aquecimento global já estava criando mudanças no ciclo da água em uma escala regional. Mas Trenberth acrescentou que duvida que a intensificação global possa ser tão grande quanto revelou o grupo de Durack. “Acho que eles podem ter ido longe demais”, disse ele.

Assumindo que o artigo resista às avaliações, isso sugere que um aquecimento global de 1 grau Fahrenheit ao longo do último meio século foi suficiente para intensificar o ciclo da água em cerca de 4%. Isso levou Durack a projetar uma possível intensificação de cerca de 20% à medida que o planeja se aquece vários graus no próximo século.

Isso seria aproximadamente duas vezes a amplificação mostrada pelos programas de computador usados para projetar o clima, de acordo com os cálculos de Durack. Esses programas costumam ser criticados por céticos das mudanças climáticas que argumentam que eles superestimam as mudanças futuras, mas o artigo de Durack é a mais recente entre várias indicações de que as estimativas na verdade podem estar sendo conservadoras.

O novo artigo confirma um padrão há muito esperado para o oceano que também parece se aplicar sobre a terra: áreas com muitas chuvas no clima de hoje devem se tornar mais úmidas, enquanto áreas secas devem se tornar mais secas.

No clima do futuro, os cientistas temem que uma grande aceleração do ciclo da água possa aumentar ainda mais os extremos climáticos. Talvez o maior risco do aquecimento global, segundo eles, é que importantes áreas agrícolas possam secar, afetando o fornecimento de alimentos, enquanto outras regiões terão mais chuvas torrenciais e enchentes.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

12 lugares no mundo que baniram ou taxaram o uso de sacola plástica (matéria revista EXAME - 02/2012)


São Paulo – A discussão sobre proibir ou não o fornecimento de sacolas plásticas por estabelecimentos comerciais pode ser recente no Brasil, mas lá fora é possível encontrar iniciativas com pelo menos uma década de vida. Em alguns casos, para reduzir o consumo das embalagens de polietileno, os governos locais resolveram cobrar uma taxa do consumidor que quiser usar o modelo tradicional.

Na Irlanda, a iniciativa adotada desde 2002 ajudou reduzir a distribuição de sacos plásticos em mais de 90%. A maioria dos consumidores irlandeses simplesmente optaram por levar uma sacola reutilizável de casa do que tirar dinheiro do próprio bolso para carregar as compras. Outros lugares, como a capital do México, preferiram radicalizar, criando leis que proíbem o fornecimento das embalagens em supermercados, farmácias e demais pontos comerciais. Os exemplos não param aí. Confira a seguir 12 países e cidades que baniram ou passaram a cobrar pelo uso das sacolinhas plásticas.

Ruanda - Este pequeno país africano que durante anos estampou negativamente o noticiário internacional, devido ao genocídio perpetrado por extremistas em 1994, agora chama atenção por outros motivos. Ruanda já está em seu quarto ano com uma lei de abrangência nacional que proíbe todos os tipos de saco plástico. Além de resolver a crise humanitária, o país pôs fim à poluição causada por sacolas plásticas, que sujavam as ruas e os cursos de água, prejudicando a agricultura. Graças à ação, as cidades ruandesas estão hoje entre as mais limpas da África.

Itália - Em ritmo de preservação, a Itália tornou-se o primeiro país da Europa a banir as sacolas de polietileno. A proibição nacional começou a valer em janeiro de 2011. Desde então, as lojas italianas, que utilizavam 20 bilhões de sacolas por ano (o maior índice europeu), só podem oferecer sacos de plástico, papel, pano ou de materiais biodegradáveis.

Cidade do México - Desde agosto de 2010, a capital do México conta com leis que proíbem o fornecimento de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais. As multas para os lojistas que burlam as regras podem variar de 4,4 mil a 90 mil dólares. A lei também estabelece que os comerciantes da capital mexicana só poderão vender sacolas plásticas biodegradáveis. A iniciativa faz parte do chamado “Plano Verde", que propõe uma série de estratégias para estimular o desenvolvimento sustentável e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

India - Nenhum lojista, distribuidor, comerciante, vendedor ou ambulante pode fornecer sacolas plásticas aos consumidores na Índia. O banimento total, incluindo produção, armazenagem, uso, venda e distribuição de sacolas de polietileno começou a valer em agosto de 2010. A iniciativa foi adotada para diminuir o impacto no meio ambiente e também impedir a ingestão e morte de vacas (animal sagrado). Além de multas, a violação da lei prevê prisão de até 5 anos.

China - Imagine 1,3 bilhões de habitantes, cerca de um sétimo da população mundial, consumindo e descartando sacolinhas plásticas todos os dias dentro de um só país? Pois era assim na China até 2008, quando as sacolas plásticas foram banidas do país. Antes disso, os chineses consumiam cerca de 3 bilhões de sacolinhas por dia.

Também foi proibida a produção, distribuição e uso de saquinhos menores e mais finos, como os usados para embalar produtos a granel (frutas e vegetais) nos mercados. Segundo reportagem do britânico The Guardian, a iniciativa evitou o uso de 1,6 milhões de toneladas de petróleo no seu primeiro ano.

Bangladesh - Bangladesh foi um dos primeiros países a promulgar, em 2002, uma lei que proíbe a fabricação, distribuição e uso de sacolas plásticas em seu território. Ambientalistas e urbanistas culpavam os sacos plásticos, que se espalhavam pelas ruas, entupindo bueiros, de agravar as inundações mortais que ocorreram no país em 1989 e 1998. Só a capital Dacca descartava 9,3 milhões de sacos plásticos diariamente. Hoje, uma década depois, a região virou um importante polo produtor de eco-bags.

Irlanda - A cobrança pelas sacolas, instituída em 2002, mudou o comportamento do consumidor, que passou a levar sua própria sacola reutilizável para o mercado. Com a criação do imposto conhecido como Plas Tax, que cobra 22 centavos de euro por sacola, a distribuição dos modelos plásticos caiu 97,5%. O valor recolhido com a venda de sacolinhas alternativas, como as de papel, é destinado à um fundo que promove a reciclagem de lixo e iniciativas ambientais.

Austrália - Apesar de na Austrália não vigorar nenhuma lei proibitiva de abrangência nacional, em muitas regiões, os supermercados resolveram se unir para estimular o uso de sacolas alternativas às embalagens plásticas. E não faltam opções, há inclusive ecobags térmicas para carregar artigos quentes ou frios. Na Austrália do Sul, um dos seis estados australianos, as sacolas plásticas estão proibidas desde 2009.

Alemanha - O uso de sacolas reutilizáveis ou caixas de papelão para acondicionar as compras no supermercado já virou hábito na Alemanha. Quem, ao contrário, quiser levar suas compras numa sacola plástica tradicional tem que pagar uma taxa que varia de 5 a 10 centavos de euro.

África do Sul - O governo da África do Sul decidiu proibir em 2003 que lojas distribuam a seu clientes sacolas plásticas para carregar mercadorias. O comerciante que infringe a lei pode receber uma multa de até 50 mil reais ou mesmo ser condenado a dez anos de prisão.

São Francisco - São Francisco, na Califórnia, foi a primeira cidade americana a banir o uso de sacolas. Somente as de papel reciclado ou biodegradáveis (feitas de goma de batata ou de milho) podem ser utilizadas. Quando a lei entrou em vigor, em 2007, a prefeitura local estimou que a iniciativa reduziria o consumo de petróleo em 3 milhões de litros por ano.

Washington D.C. - A capital americana é outra que aboliu os sacos plásticos, passando a cobrar em 2010 uma taxa de 5 centavos de dólar sobre cada sacola utilizada. Após a restrição, Washington viu o uso de sacolas plásticas cair 85% em apenas um mês. O montante arrecadado com a venda vai para um projeto de despoluição do rio Anacostia.