VIVAS

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Boras - Suécia: 99% de reaproveitamento do lixo


A cidade de Boras, na Suécia, tem 105 000 habitantes, 1 500 indústrias e nem 1 grama de lixo. Seus resíduos têm três destinos: 42% são incinerados e convertidos em energia elétrica, 30% são tratados biologicamente e transformados em biocombustível e 27% são reciclados. A reciclagem é feita inteiramente pela população, que se encarrega de separar e levar o material até os postos de coleta espalhados por toda a cidade.
Caminhões recolhem o lixo orgânico (em sacos pretos, destinados à obtenção de biogás em usina inteiramente automatizada) e o resto (em sacos brancos, incinerados em fornos não poluentes). Menos de 1% do lixo é enterrado, porque o imposto para usar aterro é muito alto. O modelo foi iniciado em 1988, com 300 famílias, e é exportado - a universidade local presta assessoria de reaproveitamento de lixo a cidades no mundo inteiro , brasileiras, inclusive (Macaé, no Rio de Janeiro, e Sobral, no Ceará). Localmente, a experiência deu tão certo que falta lixo: o município hoje importa detritos da Noruega para gerar mais energia limpa.
E o esforço continua. O diretor da escola de engenharia da Universidade de Boras, Hans Björk, diz: "Depois do lixo zero, nosso investimento agora é na eliminação total dos combustíveis fósseis".


Fonte: Chique é ser sustentável.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E o desperdício do lixo continua: apenas 14% das cidades brasileiras possuem coleta seletiva.


Passados dois anos da aprovação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que prevê o fechamento de todos os lixões e a implantação da coleta seletiva em todo o território nacional até 2014, apenas 14% dos 5.565 municípios brasileiros adotaram a coleta seletiva. No caso do estado do Rio de Janeiro, de 92 municípios apenas 25 Prefeituras já usam o modelo de coleta. Os dados são da Pesquisa Ciclosoft 2012, divulgada esta semana pela associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre).


Não bastasse o cenário alarmante do país, há cidades que, apesar de se declararem adeptas da coleta seletiva, cumprem a medida apenas em alguns bairros. Isto acontece na cidade do Rio. Dos seus 160 bairros, apenas 41 são atendidos pelo programa de coleta seletiva da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), o que equivale a 25% do total.

De acordo com o estudo, só seis prefeituras no país conseguiram desenvolver um programa de coleta capaz de contemplar todo o território de seus municípios e não apenas alguns bairros. É o caso de Curitiba, Londrina, Porto Alegre, Santo André, São José dos Campos e Goiânia. A dificuldade, no entanto, está longe de ser falta de recursos.

Para um dos realizadores da pesquisa, o diretor-executivo da Cempre, André Vilhena, a grande vilã contra a adesão das cidades ao método mais sustentável de recolhimento de lixo não é o custo da operação (que chega a ser 4,5 vezes maior que a da coleta tradicional), mas a ausência de políticas públicas. Principalmente nas grandes cidades do país.

“Dinheiro não falta. As prefeituras das grandes cidades há recursos suficientes para a implementação da coleta seletiva. O que eu verifico é a falta de projetos neste sentido. Há um grande desinteresse”, critica o especialista.

Das 780 cidades que contam com coleta seletiva, em 65% delas a iniciativa é das cooperativas de catadores de lixo e não das Prefeituras. Isto é, os catadores são, na maioria das cidades, os verdadeiros executores da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

Fonte: Jornal do Brasil.


           

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Uma alternativa sustentável: mandioca que vira copinhos.


Os produtos de plástico são utilíssimos, a vida sem eles é impossível e os danos que causam ao meio ambiente são imensos. Até aí, nenhuma novidade. Segundo as estatísticas mais recentes, 150 milhões de toneladas desses produtos são fabricadas no mundo por ano e 95% delas vão parar em lixões, sem tratamento algum, ficando sujeitas a um processo de decomposição interminável. Uma solução pode estar na busca de um produto alternativo semelhante em tudo ao plástico, mas menos poluente. Estudos nessa direção estão avançando, e resultados já são vistos na produção de objetos - embalagens, garrafas, componentes de celulares, autopeças - feitos do chamado bioplástico. Assim como os plásticos convencionais, os bioplásticos são feitos de polímeros, e as propriedades e características dos dois (vida útil, resistência a choques e variação de temperatura) também se assemelham. A diferença está na matéria-prima: enquanto o convencional vem do petróleo, o "ecológico" é obtido da natureza, em grande parte na agricultura: da cana-de-açúcar, do milho, da mandioca, da batata e outros. 


               A maior vantagem do bioplástico é amenizar o aquecimento global provocado pela emissão de gás carbônico. Cada quilo de plástico feito a partir de petróleo libera cerca de 6 quilos de gás carbônico. Com os plásticos verdes acontece o contrário: cada quilo produzido representa a absorção de 2 a 2,5 quilos de gás carbônico devido à fotossíntese dos produtos agrícolas usados na sua composição. Também demandam bem menos energia na sua produção. Além disso, são 100% recicláveis e 70% deles são biodegradáveis e compostáveis - decompõem-se sozinhos, em 180 dias, em média. 


              Dois problemas ainda travam a expansão da indústria de bioplásticos. Um deles, a necessidade de mais pesquisas, vem sendo amenizado com o desenvolvimento de projetos no mundo todo. Entre os muitos usos do produto, já estão em fase de teste no mercado uma bola de golfe que se degrada e vira comida de peixe se cair na água, uma goma de mascar que não gruda e, num futuro mais distante, um filme invisível que envolve as frutas, impede que elas estraguem rapidamente e pode ser ingerido. Já o outro problema é mais complicado: ainda é muito caro produzir o plástico verde. A maior parte das empresas que atuam no setor está utilizando a cana-de-açúcar - a Braskem, no Rio Grande do Sul, produz 200 000 toneladas por ano de plástico derivado de polietileno formado a partir do processo de desidratação do etanol. Situada em São Carlos, no estado de São Paulo, a CBPak utiliza matéria-prima mais inusitada: produz atualmente 300 000 bandejas e copos de plástico para embalar alimentos feitos a partir de amido de mandioca e espera faturar 10 milhões de reais neste ano. 

             "Trata-se de um negócio que ainda está engatinhando e que enfrenta duas barreiras: o preço e a produtividade", diz Claudio Rocha Bastos, fundador da CBPak, que tem planos ambiciosos de ampliar sua produção em dez vezes. Embalagens ecológicas podem custar até o triplo das de origem fóssil e, mesmo tendo atingido, em 2011, a marca de 1 milhão de toneladas, a atual produção mundial não representa nem 1% do mercado de plásticos.

Fonte: Planeta Sustentável.

Links relacionados:

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Uma boa notícia: Desmatamento da Amazônia cai 17% entre 2011 e 2012.




O desmatamento registrado na Amazônia Legal caiu 17% entre 1º de janeiro e 15 de agosto de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011, apontam dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As informações foram obtidas pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real, o Deter, que usa imagens de satélite para visualizar a perda de vegetação na região. Comparando os dados no intervalo de tempo avaliado, a devastação passou de 1.485,66 km² de floresta no ano passado para 1.232,75 km² neste ano, recuo de 252,91 km².
Na comparação entre os três últimos meses deste ano (de 15 de maio a 15 de agosto de 2012) com o mesmo período de 2011, o recuo no desmate foi maior, de 27,8%. A devastação passou de 773,85 km², no intervalo registrado em 2011, para 558,21 km² neste ano.
Em agosto, o Inpe anunciou que publicaria informações do Deter a cada 15 dias. Os dados são considerados um levantamento rápido e não têm o nível de detalhe da pesquisa oficial prevista para o final do ano pela instituição, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal).

Estados
O estado campeão no ranking da devastação continua sendo o Mato Grosso (694,69 km² de área destruída), seguido do Pará (321,58 km²) e de Rondônia (121,68 km²), segundo os dados do Deter de janeiro a agosto de 2012. No ano passado, estes mesmos estados lideraram o desmate da Amazônia Legal - o Mato Grosso perdeu 744,68 km² de floresta, o Pará perdeu 365,92 km² e Rondônia teve 230,36 km² de desmatamento.
Para o professor de política ambiental e mudança climática da Unesp (Universidade Estadual Paulista), David Montenegro Lapola, apesar de parciais, os números mostram continuação na tendência de queda no desmatamento da Amazônia, "algo que ocorre desde 2004".
Ele aponta dois fatores para o recuo na destruição: a maior presença do poder público na Amazônia, principalmente na forma de fiscalização, e o desaquecimento da economia global, que pode ter levado a uma demanda menor por produtos da fronteira agrícola na região, que há anos têm se expandido rumo à floresta.
Para o professor, a criação de áreas de proteção ambiental e a presença maior de agentes da Polícia Federal e do Ibama na região nos últimos anos contribuíram para a diminuição do desmatamento. "Mas não podemos ignorar a questão do desaquecimento econômico internacional", ressalta.
O pesquisador aponta que a queda na destruição da Amazônia contribui também para a redução nas emissões de gases-estufa que causam mudanças climáticas pelo planeta. Aproximadamente 75% das emissões de gases-estufa no Brasil vêm de queimadas e devastação de florestas e outros biomas, incluindo a Amazônia, afirma Lapola.
"Acho que ainda há mais o que fazer com relação à fiscalização. Se a gente pode reduzir em 80%  (o desmatamento), por que não podemos reduzir em 100%?", diz o professor, fazendo referência à meta definida por lei no Brasil pela Política Nacional de Mudanças Climáticas. Pela legislação, o país tem como meta reduzir a destruição da Amazônia em 80% até 2020.

Menor índice histórico
Em junho, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que a Amazônia Legal teve o menor índice de desmatamento dos últimos 23 anos. Segundo Inpe, a região teve 6.418 km² de floresta desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011 -- o equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988, e houve uma redução de 8% em relação ao mesmo período em 2009 e 2010. No entanto, em dezembro do ano passado, o Inpe havia divulgado uma expectativa de desmate de 6.238 km² -- alta de 3%. O número foi obtido a partir dos dados consolidados do sistema Prodes.

Fonte: G1 Notícias